Passaporte de imunidade é inviável e eleva risco de repique de coronavírus, diz OMS

Testes com anticorpos são importantes para avaliar evolução da pandemia numa população, mas não trazem conclusões para indivíduos

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Bruxelas

A falta de segurança dos testes de anticorpos disponíveis até agora e de conhecimento sobre a​ imunidade de quem teve Covid-19 (doença provocada pelo novo coronavírus) inviabiliza a ideia de adotar “passaportes de imunidade” como estratégia para retomar as atividades econômicas, afirmou nesta quinta (23) a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Segundo Catherine Smallwood, encarregada do setor de Emergências da seção europeia da OMS, testes de anticorpos são importantes para acompanhar a evolução da epidemia numa população, mas não permitem nenhuma conclusão no nível do indivíduo.

A especialista disse que a OMS os governos devem “monitorar com muito cuidado” o risco de uma segunda onda de infecções quando medidas de isolamento começarem a ser relaxadas, e que apostar numa estratégia como a dos certificados de imunidade eleva esse risco.

O primeiro problema, diz ela, é que os testes atualmente disponíveis apresentam muitas falhas e ainda não foram validados. Neste mês, o Reino Unido descartou 2,3 milhões de kits de diferentes tipos de testes de anticorpos, porque nenhum passou pelo controle de qualidade.

O segundo limitador, segundo a especialista, é que ainda não há conhecimento científico sobre a imunidade de quem contraiu o coronavírus e se curou. Pesquisas preliminares indicam que nem todos desenvolvem anticorpos, e ainda não se sabe se os anticorpos evitam que a pessoa se contagie outra vez e adoeça.

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