Descrição de chapéu Coronavírus

População do DF aproveita relaxamento da quarentena e sai às compras

Governo autorizou reabertura de lojas de móveis e eletroeletrônicos, além de Sesc e Senai

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Brasília

Em meio à pandemia do coronavírus, a população do Distrito Federal decidiu aproveitar o relaxamento das regras de quarentena e saiu em busca de presentes para a Páscoa. Lojas ficaram lotadas nas cidades no entorno de Brasília, apesar do alerta do Ministério da Saúde para evitar aglomerações.

No fim da tarde de quinta-feira, o governador Ibaneis Rocha (MDB) publicou um decreto autorizando a reabertura de lojas de móveis e eletroeletrônicos, além da retomada das atividades do Sistema S —como Sesc e Senai. O governador já havia permitido a reabertura das feiras, na semana anterior.

Este sábado foi o primeiro dia útil depois da publicação do novo decreto. Muitas pessoas circularam nos calçadões das cidades da região, tanto jovens como idosos. Lojas de grandes redes varejistas receberam um grande número de pessoas, criando diversos pontos de aglomeração.

loja de móveis e eletroeletrônicos em Taguatinga (DF); População aproveitou reabertura de parte do comércio para buscar presentes de Páscoa
loja de móveis e eletroeletrônicos em Taguatinga (DF); população aproveitou reabertura de parte do comércio para buscar presentes de Páscoa - Renato Machado/Folhapress

Em uma delas, no centro de Ceilândia, o setor de pagamento ficou tomado por pessoas coladas umas nas outras, apesar dos apelos de um funcionário para que resguardassem um metro de distância na fila.

Funcionários usavam máscaras, mas alguns deles tiravam para se comunicarem melhor com os clientes. Produtos em exibição, como telefones celulares e computadores, eram manuseados a todo momento pelas pessoas presentes.

"Eu vim comprar um celular para o meu filho, de presente de Páscoa. Estamos dentro de casa, numa situação difícil pra todo mundo, então não quis deixar passar em branco", disse a empregada doméstica Ana Maria Ferreira Braga, de 48 anos.

Ela conta que não está trabalhando durante a crise do coronavírus, embora seus patrões tenham mantido seu salário.

Em Taguatinga, uma loja manteve as portas fechadas para tentar controlar o número de pessoas que entravam. No entanto, como se formou um grande número de pessoas dentro de um ambiente fechado, o que poderia aumentar o risco de transmissão do vírus, os funcionários resolveram abrir completamente o estabelecimento.

"Eu tenho medo sim do coronavírus, mas achei que estaria mais tranquilo por ser um sábado no meio do feriado prolongado", disse o representante comercial Jorge Silva Mendonça, de 51 anos, que procurava uma televisão, acompanhado da mulher e da filha.

O movimento era mais tranquilo e controlado nas tradicionais feiras do Distrito Federal. Na feira do Guará, a entrada era controlada por um funcionário, que barrava novos visitantes quando o número de presentes já estava alto. Esse mesmo funcionário distribuía álcool em gel para os clientes. Também na entrada, estava posicionada uma equipe com cinco profissionais, entre bombeiros e equipe médica.

Uma grande parte da feira permanecia fechada, principalmente estabelecimentos que vendem roupas, eletrônicos. Apenas bancas de alimentos funcionavam, sendo que as peixarias eram as mais procuradas neste sábado. Os comerciantes elogiaram a reabertura promovida pelo governo, mas afirmam que o movimento ainda é extremamente fraco.

"Pessoal ainda está com medo, apesar de que a feira foi higienizada, os donos limpam tudo álcool a todo momento", disse Wagner Gomes, de 23 anos, que trabalha na banca de grãos de seu tio. Ele conta que o faturamento chegava a R$ 40 mil por mês, mas eles esperam menos de 30% desse valor se continuar assim.

O Distrito Federal foi uma das primeiras unidades da federação a promover medidas de combate ao coronavírus, determinando o fechamento do comércio, de feiras, interrompendo as aulas das redes pública e privada.

No dia primeiro de abril, o governo publicou um decreto determinando o fechamento e estabelecendo quais seriam as exceções. Desde então, no entanto, o governador Ibaneis Rocha vem aumentando a lista de exceções e promovendo assim a retomada das atividades.

O Distrito Federal tem atualmente 555 casos confirmados do novo coronavírus e registrou 14 mortes. Apesar dos números absolutos serem inferiores a outros estados, o coeficiente de incidência é o terceiro maior —18,2 por 100 mil habitantes— apenas atrás de Amazonas e Amapá.

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