Descrição de chapéu Coronavírus

População do DF passa mais de uma hora na fila para fazer teste contra coronavírus

Governo começou a fazer exames em massa nesta terça-feira; 100 mil serão testados

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Brasília

Moradores do Distrito Federal aproveitaram o feriado nesta-terça-feira (21) e lotaram alguns dos postos montados para a testagem em massa do novo coronavírus.

Os pacientes chegaram a ficar mais de uma hora nas filas de carros em alguns dos seis locais de testagem, em Brasília e Águas Claras. Em frente ao estádio nacional Mané Garrincha, por exemplo, a fila chegou a ter 40 carros no meio da manhã.

O Distrito Federal começou nesta terça a testagem em massa para detectar casos do novo coronavírus. O governo afirma que 100 mil testes serão feitos nessa primeira etapa.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que a testagem em massa faz parte de uma segunda etapa do combate ao coronavírus, para dar segurança para a reabertura da economia.

Rocha afirma que a primeira etapa, a de distanciamento social, atingiu cerca de 70% e conseguiu achatar a curva de casos do novo coronavírus.

"Agora vem essa outra etapa, que é muito importante, que é fazer uma testagem em massa para dar garantia para a população e a gente tomar as decisões acertadas no momento da reabertura do comércio, que se aproxima aí, por volta do dia 3", afirmou no fim da manhã, no estacionamento do estádio Mané Garrincha.

O governador acrescentou que o objetivo é testar em torno de 10% a 15% da população do Distrito Federal, em torno de 400 mil testes no total.

A primeira etapa —100 mil testes— deve prosseguir até o fim de maio, quando o governo pretende tomar decisões a respeito da reabertura de outros setores, como as escolas.

A testagem em massa no Distrito Federal está sendo feita com o sistema de drive-thru, com os pacientes sendo testados dentro dos próprios veículos.

“Eu vim trazer a minha mãe, que tem 82 anos, e desde sábado está com falta de ar, febre e dor no corpo”, afirma a servidora pública Gabriela Watson, 47.

Ela afirma que tentou sem sucesso realizar o teste para a Covid-19 na rede particular e teve receio de levar a sua mãe, Wanda de Alckmin Toledo Watson, a um hospital.

“Tive medo de ela não ter o coronavírus e acabar pegando no hospital”, afirma.

Apesar de o teste ser no formato drive-thru, houve casos de pessoas que foram a pé ao posto montado no estacionamento do estádio.

O casal Cícero Renato Vieira de Souza, 31, e Marli Maria Dourado, 28, saiu de madrugada de casa e viajou de ônibus uma hora até Brasília. Os dois moram em Jardim ABC, em Goiás, onde não é possível realizar o testes, segundo relatam.

“Lá não tem estrutura. Decidimos vir porque estou há 10 dias sentindo falta de ar e dor no peito”, afirma a diarista Marli.

A Secretaria de Saúde informou inicialmente que os testes seriam aplicados prioritariamente em pessoas com sintomas de gripe, principalmente com febre. No estacionamento do estádio, bombeiros mediam a febre e depois uma equipe fazia triagem, questionando o histórico de sintomas.

No parque da cidade, um movimento de carros bem menor foi registrado. Por isso algumas pessoas, mesmo sem sintomas, conseguiram fazer o teste.

“Vim pra me testar, porque tenho medo. Meu medo nem é tanto da doença, mas de passar para outras pessoas”, disse o militar Wanderson Morais, 46.

Embora não tenha saído ainda um balanço dos testes, técnicos da saúde informaram que nenhum caso de coronavírus tinha sido confirmado até o fim da manhã no posto do estacionamento do estádio Mané Garrincha.

Enquanto pessoas esperavam na fila para realizar os testes, ao lado, no Eixo Monumental, passava uma carreata de cerca de 20 carros, atrás de um carro de som com a bandeira do Brasil, pedindo a retomada das atividades econômicas.

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