Descrição de chapéu Coronavírus

Estado de São Paulo tem mais de 5.000 mortes por Covid-19

Estamos perdendo a batalha contra o vírus, diz Dimas Covas, chefe da contingência em SP

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São Paulo

O estado de São Paulo registrou, nesta terça-feira (19), 5.147 mortes por Covid-19 —324 em 24 horas. Foram confirmados 65.995 casos da doença —2.962 em apenas um dia.

"Ontem eu mencionei que provavelmente hoje estaríamos no terceiro lugar da pandemia no mundo. De fato, nós ultrapassamos o Reino Unido e somos o terceiro em número de casos e o sexto em mortes. Estamos disputando o segundo lugar com a Rússia. Estamos perdendo a batalha contra o vírus. Essa é a realidade. O vírus está vencendo a guerra", afirma Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas (esq.), e o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas (esq.), e o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes - Governo do Estado de São Paulo

Devido ao fato de as taxas de isolamento social no estado e Grande São Paulo estarem abaixo do necessário para conter a aceleração da doença, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta segunda a antecipação dos feriados de Corpus Christi (celebrado em junho) e Consciência Negra (novembro), para quarta e quinta (21). A sexta (22) será ponto facultativo.

O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, disse durante entrevista coletiva nesta terça que se reuniu com o Conselho Municipalista para, entre outros assuntos, discutir a pactuação da antecipação do feriado de 9 de Julho para a próxima segunda-feira (25). O projeto do governador João Doria será votado na Assembleia Legislativa em regime de urgência.

"Esses dias que se aproximam eu não enxergo como feriado, mas dias de batalha, os dias mais importantes da batalha contra o vírus. Nesses dias, a população terá a oportunidade de fazer a sua parte, de mostrar que o vírus pode ser contido. A população tem papel fundamental nessa batalha. Se ela demonstrar que é possível, que os índices de isolamento podem aumentar a valores próximos de 60%, estará demonstrando que podemos reverter essa luta", diz Covas.

Covas pediu um esforço da população para que medidas mais duras e que podem prejudicar a todos não sejam tomadas.

No início da pandemia, quando não havia nenhuma ação do governo em relação à doença, a taxa de transmissão da Covid-19 estava em 2,9, ou seja, cada indivíduo infectado contagiava outros três.

Segundo as projeções, com o isolamento social a 55%, a taxa cairia para 1,16, e o contágio aconteceria de forma mais lenta. Se o índice de isolamento se mantivesse a 70%, a taxa de transmissão seria de 0,87 e haveria estabilização da doença até o seu desaparecimento.

Atualmente, 3.659 pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 estão internados em UTIs e 5.902 nas enfermarias.

Segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, no Hospital de Campanha Ibirapuera há 146 internados, pouco mais de 50% de ocupação.

A taxa de ocupação de leitos de UTI no estado aumentou 1,6 ponto percentual em 24 horas e passou de 69,8% para 71,4%. A ocupação na Grande SP está em 88%.

O estado de SP aguarda a habilitação de 1.800 leitos de UTI pelo Ministério da Saúde.

Entre as medidas para aumentar a taxa de isolamento social está o fechamento do comércio não essencial em todo o estado. A fiscalização cabe aos órgãos de vigilância sanitária.

Em maio, o CVS (Centro de Vigilância Sanitária) do Estado de São Paulo fez 13.082 fiscalizações. No município, 3.658 estabelecimentos foram orientados. Destes, 614 não eram essenciais e estavam em funcionamento. Após sensibilização, fecharam as portas.

"Os nossos técnicos levam principalmente a necessidade de que esse isolamento seja cumprido, que não tenha fluxo grande de pessoas. Quando a gente leva essa orientação, as pessoas acatam e fecham suas portas", afirma Maria Cristina Megid, diretora do CVS.

A partir desta terça, as autoridades sanitárias do município de São Paulo e a Polícia Militar se juntaram aos profissionais do CVS para uma força-tarefa com o objetivo de fiscalizar e levar orientação a todos os bairros e distritos do município.

"Sabemos que se isso não der resultado nós teremos outros instrumentos, que não é a nossa intenção, mas esperamos que as pessoas se conscientizem de que estamos trabalhando em favor da sua saúde e do próximo", ressalta Megid.

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