'Lockdown' é medida para quando sistema de saúde for nocauteado, diz governo de SP

Doria afirmou que não se prescreve medicamento por decreto, em relação a ação de Bolsonaro para liberar cloroquina para pacientes leves

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São Paulo

O governo de São Paulo afirmou nesta segunda-feira (18) que 'lockdown' é uma medida que deve ser usada se o sistema de saúde for nocauteado.

A afirmação foi feita em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste de SP).

"'Lockdown' significa atestado de falência do sistema público de saúde. Quando você decreta o 'lockdown' é que você perdeu a capacidade de enfrentamento da epidemia. Não estamos ainda neste momento", disse o coordenador do comitê contra coronavírus , Dimas Covas.

"Se num determinado momento os sistema de saúde for nocauteado, todos os países adotaram o 'lockdown' como medida extrema para recuperar a capacidade de atendimento. É uma medida extrema, não é preventiva, é uma medida que você toma quando seu sistema for, eventualmente, nocauteado", acrescentou.

Doria afirmou que é preciso tomar cuidado com o uso desta medida. "Decisões precipitadas nós não tomamos, sobretudo num tema como esse do 'lockdown'. A população talvez não saiba o que é o 'lockdown'. É uma situação infinitamente mais dura do que a quarentena. É preciso ter cuidado com isso", disse Doria.

O governador afirmou que é preciso aumentar o número de leitos para evitar que se chegue a esta situação. "Não podemos simplesmente adotar essa medida como algo confortável para a saúde. Temos que reforçar o sistema público de saúde, aumentar os leitos. A situação está sob controle. Não temos nenhum risco neste momento. Pelos dados que dispomos ainda estamos dentro de uma margem segura que não estabelece colapso".

Questionado posteriormente se o governo esperará o sistema colapsar, Doria afirmou que não vai esperar a situação chegar a este ponto. "Estamos trabalhando para não haver o colapso", disse.

O governo afirma que há um protocolo para a implantação do 'lockdown', mas que isso não será usado neste momento.

Doria voltou a entrar em choque com o governo federal, agora a respeito da questão da cloroquina. "Não se prescreve receita por decreto. Portanto, São Paulo não vai aceitar que por decreto se estabeleça receituário médico", disse.

Dimas Covas afirmou que existe uma quantidade importante de estudos publicados por revistas conceituadas que mostram que a a cloroquina "não é uma bala de prata". "Pode ser usada? Sim. É uma indicação do médico para caso específico de paciente. E assim mesmo elas têm riscos que precisam ser informados ao paciente", disse.

O governador também criticou o governo federal por não mandar equipamentos, como respiradores, para o combate ao coronavírus no estado, epicentro da epidemia.

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