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Serviço de saúde privado tem obrigação de ajudar, diz presidente de associação de hospitais particulares

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São Paulo

Os hospitais privados têm a obrigação de colaborar com a saúde pública neste momento, diz Yussif Ali Mere Júnior, presidente da Fehoesp e do Sindhosp (Federaçāo e Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratório do Estado de Sāo Paulo).

Mere Júnior afirma que o serviço privado, com milhares de vagas de UTI disponíveis em todo o estado de São Paulo, está aberto para dialogar com o poder público e chegar a acordos para disponibilizar leitos. Por isso, enviaram, nesta terça (5), um ofício para o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e para o secretário municipal de saúde, Edson Aparecido dos Santos.

Na segunda, Covas afirmou, em coletiva de imprensa, que, seguindo legislação federal e municipais, poderia ocupar os leitos privados mesmo sem acordo com os hospitais. Em alguns estados que enfrentam falta de vagas em UTIs, a Justiça já determina que os hospitais privados devem disponibilizar vagas para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).

A ocupação sem acordo é o que não querem os hospitais privados —que, mesmo nesses casos, são posteriormente remunerados, segundo lei federal 13.979, de fevereiro deste ano, referente à emergência do novo coronavírus.

“Nós inclusive já terminamos o levantamento do número de leitos”, disse Covas, em coletiva recente. “Com dois deles [hospitais] já assinamos contrato para disponibilizar leitos de UTI para regulação municipal. O Hospital Cruz Vermelha e o hospital da Unisa (Universidade Santo Amaro). Isso já está sendo feito via contrato, pagamento por preço público, R$ 2.100 reais por dia por leito, pago pela prefeitura.”

Segundo Mere Júnior, o confisco de leitos pode impactar a assistência aos pacientes e endividar hospitais.

A Sindhosp, no ofício enviado, afirma necessitar de mais detalhes para dar prosseguimento a acordos e saber se o valor de R$ 2.100 é “pouco ou aceitável”, e se o pagamento ocorrerá por uso da vaga de UTI ou pela disponibilização dela.

“Nesse valor pode estar incluso um monte de coisa e aí não ser aceitável”, afirma Mere Júnior. O presidente da Sindhosp cita como exemplo a necessidade de realização de tomografias para verificar o comprometimento dos pulmões, um exame caro, segundo ele.

“Se não estiver incluído isso, em determinados lugares o valor pode contemplar o custo, em outros evidentemente que não, como em hospitais da capital perto da Av. Paulista, que atende saúde suplementar com grande capacidade e frequência”, diz o representantes de serviços de saúde privados.
A ideia de uma fila única de atendimento de coronavírus para o SUS e para o sistema privado também não agrada o presidente do sindicato. “Temos que lutar para que não precise de fila, temos que atender todos os pacientes. Neste momento não pode faltar UTI.”

Alguns hospitais particulares da capital já estão tomando atitudes para ajudar o Hospital das Clínicas da USP na ampliação de leitos e equipes de saúde.

O Hospital Sírio-Libanês adotará dez leitos e ficará responsável por equipamentos e equipe médica. O Hospital Israelita Albert Einstein, a Rede D’Or, o HCor (Hospital do Coração) e a Beneficência Portuguesa e outras empresas ajudam com ventiladores, EPIs (equipamentos de proteção individual) e profissionais da saúde.

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