Descrição de chapéu Coronavírus

Em desaceleração, coronavírus mata mais de 5.000 na capital paulista

Gestão Covas afirma que capital já não corre risco de colapso do sistema de saúde

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São Paulo

Em meio a preparativos para sua reabertura, a capital paulista ultrapassou a marca de 5.000 mortes por coronavírus desde o início da pandemia.

Foram 5.073 óbitos no total até esta terça-feira (9), segundo repositório de dados do governo estadual.

Segundo essa base de dados, a capital registrou 2.327 novos casos, totalizando 78.026 no acumulado. Também foram registradas 136 novas mortes nas últimas 24 horas.

A cidade vai reabrir o comércio de rua e deve reabrir shoppings nesta semana, após autorizar reabertura de concessionárias de veículos e escritórios. Especialistas apontam que a flexibilização pode trazer mais mortes.

Dados estaduais mostram, porém, que a cidade vêm tendo desaceleração de casos e também de mortes diárias.

Um indicador que aponta isso é a média móvel dos últimos sete dias —usar esta média ajuda a tirar o efeitos como os finais de semana, por exemplo, em que as notificações caem. Para o caso das mortes, o pico foi no dia 29 de maio, com 109 casos. Nesta terça, foi de 90, uma queda de 17%.

Em relação a novos casos, também houve diminuição. No mesmo período, a média móvel em sete dias passou de 2.132 casos para 1.940.

Por outro lado, há tendência de alta em várias cidades do interior, segundo esses dados. Em Campinas, por exemplo, o índice vem aumentando e chegou a uma média móvel em sete dias de cinco mortes por dia.

Segundo Paulo Lotufo, epidemiologista e professor titular da Faculdade de Medicina da USP, de fato foi observada uma queda acelerada no número de óbitos e casos nos últimos quatorze dias na capital. "Tivemos um período de alta [no número de casos e óbitos] e atingimos um platô, e agora observamos uma tendência de queda desse platô."

Porém, Lotufo ressalta que tender a reduzir e reduzir são coisas distintas, e já foram registrados momentos de queda seguidos por novo aumento do número de casos, e que isso pode acontecer se houver um relaxamento do isolamento social agora.

Para ele, um indicativo que é essencial para avaliar a diminuição da epidemia na cidade é a diminuição das solicitações de internação em UTIs, mas esses dados não são divulgados de maneira aberta pela secretaria.

O epidemiologista questiona se é realmente necessária a reabertura de shoppings e comércio neste momento na capital.

"Existem várias pressões que são feitas que eu não considero como extremamente vitais e que vá mudar a vida das pessoas agora, e uma delas é a fixação de ir aos shoppings. Essas questões podem ser melhor medidas o que se vai fazer."

O estado de São Paulo registrou 334 mortes causadas por coronavírus nas últimas 24 horas, o maior número em um dia desde o começo da pandemia, segundo dados divulgados nesta terça-feira (9).

Sobre o número de óbitos, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, Carlos Carvalho, disse que, como ontem houve um registro baixo do número de óbitos (43, o menor número de óbitos desde o começo da pandemia), o cenário permanece similar ao da semana passada.

"Estamos passando por um crescimento de baixa velocidade. É duro e difícil falar isso em relação a óbitos, mas falando de cenários, do nosso trabalho e do que temos feito, é assim que temos que estudar, analisar e concluir", disse José Henrique Germann, secretário de saúde, durante a entrevista coletiva.

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, segue na mesma linha. Ele afirma ainda que o sistema de saúde da capital já não corre mais o risco de colapsar devido à pandemia de coronavírus.

Responsável pela política contra o coronavírus na gestão Bruno Covas (PSDB), Aparecido leva em conta a diminuição da ocupação da UTI na rede pública e também a quantidade de pedidos de internação no setor intensivo.

"São duas coisas. Esse período todo, mesmo no momento que teve maior pressão, final de abril e maio, a gente conseguiu suportar pressão e tratar todo mundo", disse. "Agora, a gente tem uma combinação, que é o aumento do número dos leitos de UTI, com chegada de respiradores, e há dez dias quedas contínuas na solicitação de UTI e nas internações."

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