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Cientistas pedem doação de tosse para pesquisa com inteligência artificial contra Covid-19

Projeto do Instituto Butantan e da Fiocruz pretende ajudar no diagnóstico da doença

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São Paulo

Imagine poder fazer uma "doação" de tosse para ajudar no combate à Covid-19. Você pode, como parte de uma pesquisa do Instituto Butantan e da Fiocruz. Os cientistas dos institutos querem treinar usar inteligência artificial no diagnóstico da doença e de outros problemas pulmonares.

A ideia é que o programa consiga detectar peculiaridades sonoras que possam ser indicativas de doenças.

A pesquisa teve início nesta semana e a sua primeira fase consiste em voluntários enviando áudios de tosse. Com isso, o banco de dados obtido ajudará no treinamento da inteligência artificial, que foi desenvolvida pela Intel.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tosse durante sua participação em protesto em Brasília, em 19 de abril
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tosse durante sua participação em protesto em Brasília, em 19 de abril - Sergio Lima/AFP

Inicialmente, o objetivo é obter 900 áudios, com 300 deles provenientes de pessoas saudáveis, 300 de pessoas com confirmação de Covid-19 por exames e 300 com outras doenças pulmonares.

Dentre as pessoas saudáveis, os pesquisadores querem tosses forçadas de pessoas que não tiveram sintomas de tosse, febre ou falta de ar nos últimos 30 dias.

Os participantes com Covid-19 devem ter confirmação da doença por testes moleculares (PCR). Nesse caso, os pesquisadores também colherão dados como idade, dias dos sintomas, frequência respiratória, saturação de oxigênio, entre outros.

Por fim, para o grupo de pessoas que tosse sem Covid-19, os pesquisadores procuram doenças como pneumonia bacteriana, refluxo gastroesofágico, asma ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

Somente pessoas com mais de 18 anos podem "doar" a tosse, o que deve ser feito no SoundCov. No site, o participante deverá gravar um áudio de tosse (30 a 60 segundos) e, em seguida, responder um questionário. Os dados coletados pela pesquisa são anônimos.

A parceria público-privada teve intermediação do Movimento Brasil Competitivo (MBC), e também tem participação da USP (Universidade de São Paulo) e da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

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