Folha passa a informar estágio da pandemia em cidades, estados e no geral do país

Metodologia considera a situação da doença em um determinado dia e nos 29 anteriores, para explicitar melhor as tendências

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São Paulo

A Folha passará a mostrar diariamente mais uma forma de se avaliar a extensão da Covid-19 no país. Reportagens, infográficos e uma página interativa informarão em que estágio da pandemia estão cidades, estados e o país como um todo.

Para isso, será utilizado modelo estatístico que considera a situação da doença em um determinado dia e nos 29 anteriores, de acordo com o número de casos na localidade considerada. Quanto mais recente é o dia nessa sequência, mais peso ele ganha.

Tecnicamente, a metodologia se chama média móvel com decaimento exponencial (que visa a suavizar as curvas e explicitar melhor as tendências).

Com esse cálculo, a localidade considerada é classificada em um dos dos quatro níveis:

Acelerado - Crescimento rápido de novos casos;
Estável - Número constante de novos casos, mas ainda em volume significativo;
Desacelerado - Número de novos casos em queda;
Reduzido - Poucos ou nenhum novo caso.

O modelo foi desenvolvido pelos pesquisadores da USP Renato Vicente (professor do Instituto de Matemática) e Rodrigo Veiga (doutorando em física), dentro do Covid Radar, coletivo que mapeia a doença.

Ao se considerar grupos de 30 dias, o resultado apresentado tende a ser mais sólido do que quando se considera períodos mais curtos.

Se uma cidade inclui em sua base de dados, num único dia, grande quantidade de casos que estavam represados nos laboratórios, a tendência apresentada pelo modelo estatístico sofre pouca alteração, mesmo com o acréscimo excepcional nessa data.

Em outro exemplo, se há queda de casos por alguns dias em um estado, por questões meramente sazonais, o resultado do modelo estatístico não vai sofrer grande interferência.

Por outro lado, a métrica demora um pouco mais para captar mudanças, pois os dados antigos influenciam no comportamento das informações mais recentes.

Métricas como média móvel de sete dias, que a Folha também informa nos balanços sobre a Covid-19, são mais sensíveis para captar eventuais mudanças de tendências, mas também podem sugerir curvas que não virão a se confirmar no médio prazo.

Como cada metodologia possui vantagens e limitações, a Folha informará as diferentes formas de se avaliar a pandemia.

Além do resultado do modelo estatístico que considera 30 dias e a média móvel de 7 dias, também seguirá a publicação dos números absolutos diários, feita por volta das 20h.

Na página interativa, é possível ver a situação de todos os estados e todas as cidades com mais de 100 mil habitantes (municípios menores possuem dados menos estáveis), de acordo com a métrica dos 30 dias.

Entre as diferentes publicações, pode haver pequenas diferenças em números referentes ao mesmo dia, devido aos momentos de atualização e a diferentes bases utilizadas.

Para o cálculo que considera 30 dias, são utilizados dados primários do Brasil.io, plataforma colaborativa que é uma das poucas bases unificadas que possuem dados individuais sobre os municípios.

A média móvel de 7 dias e os números absolutos diários da doença para o país e estados provêm do consórcio formado por Folha, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo, G1 e UOL, criado para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as secretarias de Saúde estaduais.

Infografias com o resumo da pandemia passam a ser publicadas diariamente na página inicial da versão digital da Folha e na primeira página da edição impressa (com dados das 8h do consórcio de veículo de imprensa e resultado do modelo que considera os 30 dias).

Nas reportagens e infografias, podem ser usados também dados do Ministério da Saúde e do Conass (conselho de secretários de Saúde).

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