Descrição de chapéu Coronavírus

Hospital das Clínicas usará respirador criado pela USP para tratar Covid-19

Dez pacientes do InCor serão os primeiros a receber equipamento produzido no Brasil

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São Paulo

O InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP), em São Paulo, começará a usar os ventiladores pulmonares desenvolvidos pela USP com tecnologia nacional para o tratamento de pacientes com coronavírus.

Os dez primeiros equipamentos, que podem ser usados tanto em UTIs como em leitos de média complexidade, vão substituir máquinas importadas, anunciou o governador João Doria (PSDB) nesta quarta-feira (15) no Palácio dos Bandeirantes.

O governador João Doria apresentou o aparelho que será usado no Hospital das Clínicas a partir desta quinta-feira (15)
O governador João Doria (PSDB) apresentou o aparelho que será usado no Hospital das Clínicas a partir desta quinta-feira (15) - Governo do Estado de Sao Paulo

Os respiradores, como são chamados, foram desenvolvidos em quatro meses por cerca de 200 pesquisadores da Escola Politécnica da USP em parceria com outros setores da universidade, como as faculdades de medicina e direito.

"Estava claro que, com a falência da cadeia de suprimentos de componentes de respiradores, nós precisávamos de uma solução nacional", disse Raul Gonzalez Lima, professor da Poli-USP e coordenador do projeto Inspire.

O projeto custou R$ 7 milhões —o valor foi arrecadado por 800 doadores.

“O aumento do dólar e as compras que nós fizemos no pico da quebra da cadeia de suprimentos elevaram o valor dos componentes. A mudança gradual da legislação desse tipo de ventilador tambem impôs que ele se sofisticasse. Com essas três mudanças conjuntas, estimamos que o custo, não o preço, estará entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. No preço incidem outras coisas”, disse Lima.

De acordo com o professor, o projeto trabalha com o governo do estado para baixar a incidência de impostos e reduzir o preço de cada item. Por enquanto, segundo o governo, a taxa ainda não é aplicada, uma vez que o projeto ainda não produz respiradores em larga escala.

Segundo nota publicada no site da Poli-USP, trata-se do protótipo de um ventilador pulmonar aberto, produzido com tecnologia nacional, e que se utiliza de componentes amplamente disponíveis no mercado brasileiro.

Lima estima que será possível produzir de 10 a 20 respiradores desse tipo por dia. A Faculdade de Direito da USP, a de medicina veterinária e a de odontologia estão entre as parceiras do Inspire. A Marinha auxilia na logística e na montagem do primeiro lote de mil equipamentos.

A Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) permite, por ora, a utilização do respirador em 40 pacientes. Após esta primeira etapa, que deve durar de três a quatro semanas, o projeto poderá ter a autorização para produzir em larga escala.

Nesta quarta-feira, Carvalho disse que, com os dados obtidos nestes primeiros 40 pacientes, serão feitos ajustes para possibilitar a ampla utilização do equipamento.

“[A pandemia] se mostrou uma oportunidade para que avanços sejam feitos, e parte desses avanços vão ficar como legado”, disse.

“Neste momento não temos nenhum remédio para oferecer ao paciente, então a terapia intensiva é fundamental [no tratamento da Covid-19]. E para a terapia intensiva, para tratar insuficiência respiratória, é [usada] a ventilação mecânica."

São Paulo e a Covid-19

Até esta quarta, o estado de São Paulo registrou 18.640 mortes em decorrência do novo coronavírus, 316 delas nas últimas 24 horas, e 393.176 casos confirmados, 6.569 nas últimas 24 horas. A taxa de ocupação dos leitos de UTI do estado está em 66,5% e na Grande São Paulo, 65% –os números são um pouco superiores se comparados com os desta terça, quando a taxa no estado estava em 66,2% e na Grande São Paulo em 64,9%.

De acordo com Eduardo Ribeiro, secretário executivo da Secretária de Saúde, a curva de projeção de casos de confirmados está dentro do previsto e a curva de óbitos está abaixo do esperado para o período.

O governo de São Paulo anunciou também que serão enviados cerca de 195 mil documentos, entre registros de identidade (RG) e carteiras de habilitação (CNH), por correio durante a pandemia.

Segundo João Doria, neste primeiro momento será enviado o material que já está pronto. O serviço de entrega já existia, mas agora acontecerá de forma gratuíra.

O presidente do Detran, Ernesto Mascellani, afirmou também que serão retomadas aulas de direção para o CFC.

“Estamos enviando pelos correios 195 mil documentos, entre CNHs e RGs, e outra notícia importante é a retomada das aulas do CFC para 50 mil alunos que já tinham começado o processo de formação de condutor”, disse.

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