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Três dias após decretar calamidade, governador do DF estabelece cronograma para retomar atividades

Apesar da alta em casos de Covid-19, Ibaneis Rocha decide reabrir bares, restaurantes e academias

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Brasília

Três dias após decretar calamidade pública por conta do novo coronavírus, o governo do Distrito Federal publicou um decreto nesta quinta-feira (2) com um cronograma para reabrir praticamente todas as atividades que ainda estavam suspensas.

O decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB) foi publicado em edição-extra do Diário Oficial do Distrito Federal no início da tarde.

A partir da próxima terça-feira (7), poderão reabrir os salões de beleza, barbearias e academias de ginástica, nos horários previstos em seus alvarás. Ao contrário das outras reaberturas, o governo do Distrito Federal não restringiu os horários de funcionamento.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha - Pedro Ladeira - 29.jun/Folhapress

Na semana seguinte, a partir do dia 15, estarão autorizados a reabrirem os bares e restaurantes, com apenas 50% da capacidade. O decreto proíbe a performance de músicos nesses locais e limita o número de ocupantes por mesa a seis pessoas.

As instituições de ensino da rede privada foram autorizadas a retomarem suas atividades a partir do dia 27 de julho. A data vale para todas as etapas de ensino, desde escolas a universidades.

No dia 3 de agosto, será a vez das instituições públicas de ensino. Apenas creches devem permanecer fechadas, por conta de uma decisão judicial que impede a reabertura.

O mesmo decreto também prevê a ampliação de horário de estabelecimentos que já estavam autorizados a funcionar, como shoppings e demais centros comerciais. Os shoppings poderão abrir entre 13h e 21h. Os estabelecimentos de comércio de rua, por sua vez, podem funcionar das 10h às 20h.

As praças de alimentação dos shoppings poderão voltar a funcionar, desde que resguardem a distância entre as mesas. As brinquedotecas e áreas de recreação, no entanto, vão permanecer fechadas. Nas lojas, o uso de provadores continua proibido.

O governo do Distrito Federal também estabeleceu protocolos de higiene para serem seguidos pelos estabelecimentos. Há instruções específicas para cada setor, além da obrigatoriedade de uso de máscaras, de limpeza dos estabelecimentos e de disponibilização de álcool em gel.

No caso das academias, por exemplo, o uso dos chuveiros e bebedouros está proibido. Os alunos deverão portar máscaras e manter distância de 2 metros dos demais. Aulas coletivas não foram autorizadas.

Os salões de beleza devem esterilizar os equipamentos usados nas atividades.

Segundo o decreto, as escolas públicas e privadas devem estabelecer um cronograma gradativo para a retomada das atividades educacionais. Também deve haver um escalonamento dos horários de entrada, de saída e de refeições.

Os estabelecimentos de ensino devem limitar a ocupação de salas de aula, bibliotecas e outros espaços, orientando com placas a capacidade máxima.

Em um outro decreto publicado na mesma edição-extra do Diário Oficial, o governo do Distrito Federal manteve a proibição para a realização de eventos culturais e esportivos. Não podem ser realizadas partidas desportivas, sessões de cinema e teatro ou eventos em casas noturnas.

A reabertura dos setores da economia do Distrito Federal se dá em um momento de alta no número de casos de infecção pelo novo coronavírus.

Além disso, a ocupação dos leitos exclusivos para pacientes da Covid-19 está se aproximando do limite. Na rede privada, o índice de ocupação dessas unidades é hoje de 92,3%. Já os leitos da rede pública, por sua vez, apresentam 63,7% de ocupação.

Os dados sobre leitos públicos divulgados pelo governo local, no entanto, vem sendo questionados. Decisão da Justiça do Distrito Federal nesta quinta-feira determinou que os dados precisam ser mais "fidedignos" e obrigou a gestão de Ibaneis Rocha a divulgar relatórios internos com esses números.

Em dois meses, o Distrito Federal passou de um modelo no enfrentamento ao Covid-19 para o estado de calamidade pública.

O Distrito Federal registrou até o momento 50.676 infectados e 620 mortos em decorrência da doença.

O número de mortes é 18 vezes maior do que o registrado no início de maio. Em relação ao total de casos, é 28 vezes maior do que o total de dois meses atrás.

Apenas para efeito de comparação, o número de mortes e de casos no país inteiro cresceu, respectivamente, 8 e 13 vezes. ​

Mesmo assim, Rocha vinha manifestando relutância em manter as políticas de distanciamento social, com o fechamento dos estabelecimentos. Em entrevistas, Rocha já havia dito que pretendia abrir tudo até o fim de julho.​

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