Descrição de chapéu Coronavírus

Doria está livre do coronavírus e pode voltar ao trabalho neste sábado (22)

Governador havia sido diagnosticado na quarta retrasada e ficou em casa com a mulher, que também recebeu alta

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São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), 62, foi liberado da quarentena a que se submeteu após receber o diagnóstico de que havia contraído o novo coronavírus. O resultado está em um boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, da capital paulista.

"Sábado já voltarei ao normal", afirmou o governador à Folha. Sua mulher, Bia, 60, também estava infectada e foi examinada. Como o marido, recebeu alta após testes clínicos, laboratoriais e de imagem. O casal ficará isolado até esta sexta (21), quando se completam dez dias do diagnóstico.

Doria fala por vídeo durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na quarta (19)
Doria fala por vídeo durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na quarta (19) - Sergio Andrade - 19.ago.2020/Governo do Estado de São Paulo

Esse é o novo protocolo adotado pela Organização Mundial da Saúde para casos assintomáticos da infecção. Se os resultados de exames estiverem normais dez dias depois do teste positivo, o paciente pode voltar às suas atividades fora do isolamento.

Doria passou todo o período em casa com Bia. O governador agora deverá voltar às atividades presenciais no Palácio dos Bandeirantes e em outros locais.

Na quinta (20), ambos fizeram tomografias e exames. A exploração sorológica, que permite apontar a existência de anticorpos do tipo IgG, que sinalizam a presumida imunidade mais permanente, só pode ser feita mais para a frente.

Como não teve sintomas, Doria descobriu a infecção num exame de rotina, o sexto desde o começo da pandemia. "Ele atropelou o vírus", disse o infectologista David Uip, ele mesmo um ex-paciente de Covid-19, que tratou o governador.

Bia fez o teste na sequência, assim como assessores e pessoas que haviam estado em contato com o governador nas duas semanas que antecederam o diagnóstico.

Desses, ao menos uma autoridade, o secretário municipal de Educação de São Paulo, Bruno Caetano, também recebeu teste positivo para o patógeno.

Pela natureza da atividade, políticos do Executivo e do Legislativo têm um risco de exposição maior ao novo coronavírus.

Jair Bolsonaro, que trabalhou desde o começo da pandemia em ritmo de negacionismo do perigo da Covid-19, foi infectado e teve sintomas leves. Doria, por sua vez, é um dos principais chefes estaduais a antagonizar-se ao presidente na condução do combate à Covid-19.

Ao menos 8 dos 23 ministros, também. Até aqui, 12 governadores e 5 prefeitos de capital tiveram a infecção. Cerca de 30 deputados federais e 10 senadores também foram diagnosticados.

Doria seguiu sua rotina de trabalho por meio de videoconferências e o uso intensivo do WhatsApp, de resto usual em tempos normais. Seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), foi quem tocou as entrevistas coletivas no Bandeirantes e outros compromissos presenciais.

O governador não sabe como pegou o vírus. Sugeriu, há alguns dias, suspeitar que tenha sido de um pacote entregue em sua casa, até como forma de salientar que sempre fez uso do trinômio máscara, distanciamento social e álcool em gel em seus compromissos oficiais.

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