Descrição de chapéu Coronavírus

Putin diz que Rússia aprovou regulação da primeira vacina para Covid-19

Presidente disse também que sua filha está entre as pessoas que já foram vacinadas

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Moscou e São Paulo | Reuters

A Rússia anunciou nesta terça-feira (11) que concedeu a primeira aprovação regulatória do mundo para uma vacina contra a Covid-19. A aprovação foi dada pelo Ministério da Saúde do país à imunização produzida pelo Instituto Gamaleia de Moscou após menos de dois meses do início dos testes em humanos, segundo o presidente Vladimir Putin.

A vacina recebeu o nome Sputnik V para mercados estrangeiros —uma referência ao primeiro satélite artificial colocado em órbita pela humanidade, uma produção russa da época da Guerra Fria.

A manobra abre caminho para a inoculação em massa, mesmo enquanto os estágios finais dos testes clínicos para verificar a segurança e a eficácia da vacina continuam.

Pelo menos três anúncios de vacinas em desenvolvimento foram feitos pelo país nas últimas semanas, mas nenhuma delas teve o resultado dos testes divulgados publicamente para apreciação de cientistas da área.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a imunização criada pelo Instituto Gamaleia está na primeira das três fases de testes clínicos necessárias.

Mais de 160 vacinas contra o novo coronavírus estão em desenvolvimento no mundo todo —26 delas estão na fase de estudos clínicos, segundo informações da OMS de 31 de julho.

Cientista em laboratório
Cientista prepara amostra durante processo de pesquisa de uma vacina para Covid-19 em São Petesburgo - Anton Vaganov/Reuters

O desenvolvimento de uma vacina pode levar anos e precisa passar por uma sequência de testes que comprovem a segurança e a eficácia da substância para proteger contra a doença. Os chamados testes clínicos, feitos em humanos, precisam de três diferentes fases para comprovar o bom funcionamento da imunização. Uma autorização para uso da vacina na população só vem após a conclusão dos testes clínicos.

Em regra, os desenvolvedores de vacinas publicam resultados dos testes em periódicos especializados, que contam com a revisão do conteúdo feita por outros cientistas.

No fim de julho, a Rússia havia comunicado que pretendia dar início à produção industrial de uma vacina contra o novo coronavírus ainda em setembro deste ano. A falta de divulgação dos resultados das pesquisas gerou desconfiança na comunidade científica internacional.

Um porta-voz da OMS disse nesta terça (11) que a organização conversa com autoridades sanitárias da Rússia para avaliar a possibilidade de haver uma pré-qualificação da vacina feita pela agência. Imunizações desenvolvidas em qualquer parte do mundo não dependem de aprovação da OMS para distribuição.

A velocidade com que a Rússia está se movendo para lançar sua vacina destaca sua determinação em vencer a corrida global por um produto eficaz, mas despertou preocupações de que pode estar colocando o prestígio nacional antes da ciência e da segurança.

No anúncio desta terça (11), Putin disse também que sua filha está entre as pessoas que já teriam sido vacinadas.

Atualmente, a Rússia é o quarto país com o maior número de infectados pelo Sars-CoV-2 no mundo. Desde o início da pandemia, mais de 890 mil pessoas foram infectadas pelo vírus e pelo menos 15 mil mortes foram causadas pela Covid-19 no país, segundo a plataforma da Universidade Johns Hopkins, instituição norte-americana que monitora os números da pandemia.

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