Descrição de chapéu Coronavírus

Com queda de vacinação, mortes por sarampo dispararam no mundo

Número de vítimas da doença no ano passado foi o mais alto em 23 anos

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O número de mortes por sarampo em todo o mundo no ano passado foi o maior dos últimos 23 anos. O aumento da mortalidade por uma doença evitável por vacina preocupa especialistas e órgãos internacionais de saúde pública.

O principal temor é de que o número de mortes possa crescer à medida que a pandemia do novo coronavírus continue interrompendo os esforços para imunização em todo o mundo.

Segundo um relatório, 207,5 mil pessoas morreram da doença em 2019 —50% a mais do que três anos antes. A análise foi feita pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, na sigla em inglês).

O Brasil teve 15 mortes pela doença no ano passado e mais de 13,5 mil casos confirmados de sarampo. A maioria dos registros (mais de 90%) e 14 óbitos aconteceram em São Paulo, onde há 22 anos a doença não provocava mortes.

Os responsáveis pelo levantamento dizem que a alta nos números é consequência de anos de cobertura vacinal insuficiente. Eles temem que a pandemia possa aumentar ainda mais a transmissão de sarampo, mais contagioso do que o Covid-19.

“Estamos preocupados que possam haver novos locais com baixa imunização por causa do coronavírus, aumentando ainda mais os que nós já tínhamos”, disse Natasha Crowcroft, consultora técnica chefe para sarampo e rubéola na OMS.

“Nós não podemos continuar no mesmo caminho e esperar resultados diferentes”, acrescentou, pedindo por mais recursos e estratégias criativas para aumentar a imunização.

Ainda que o número de casos de sarampo registrados neste ano seja menor do que no ano passado, os especialistas em saúde pública temem que, com a pandemia, possa haver subnotificação. Eles avaliam que pode ter havido menor procura dos pacientes às unidades de saúde e, portanto, menos detecção da doença.

Surtos de sarampo já aconteceram neste ano em pelo menos metade dos 26 países que neste ano tiveram de suspender as campanhas de vacinação por causa da pandemia. Até este mês, 94 milhões estavam em risco para a doença por não terem sido imunizadas, segundo a OMS.

A disseminação dos casos por sarampo pode ter caído também como efeito colateral das medidas de precaução para evitar a propagação do coronavírus.

Com o New York Times

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