Em SP, internações por Covid-19 sobem 18% e governo suspende avanços à fase verde

Estado afirma que vai avaliar dados por duas semanas antes de atualizar plano

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São Paulo

A média de internações de pacientes com Covid-19 no estado de São Paulo registrou aumento de 18% na última semana. Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (16), representantes do centro de contingência do coronavírus informaram ainda que novos avanços de regiões para a fase verde foram adiados para o próximo dia 30.

Segundo dados do Censo Covid, compilados pelo governo de SP, foram registradas em média 1.009 internações em hospitais públicos, privados e filantrópicos do estado na última semana. No período anterior, essa média foi de 859 hospitalizações em razão da Covid-19.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, por precaução e responsabilidade o governo resolveu adiar a atualização do Plano São Paulo, prevista para esta segunda, em 15 dias. Desde 10 de outubro, 76% da população do estado está na fase verde.

Essa fase prevê a reabertura controlada de quase todas as atividades, inclusive cinemas e teatros. É o penúltimo estágio da quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus.

O secretário explicou que os números atuais permitem passar 90% das regiões do estado para a fase verde do plano, mas, como o sistema que compila os dados de Covid-19 do Ministério da Saúde só estará normalizado nesta segunda-feira, o comitê prefere aguardar mais duas semanas para avaliar com mais precisão essas informações.

Na semana passada, São Paulo ficou cinco dias sem divulgar boletins com números de casos e óbitos do novo coronavírus. Um falha no sistema, causada por um ataque cibernético, impedia que os dados enviados por municípios fossem organizados pelo ministério e disponibilizados aos estados.

Como o problema também impediu algumas cidades de abastecerem o sistema com as informações, o estado teme que alguns dados estejam defasados.

Calor e festas

Para João Gabbardo, secretário-executivo do centro de contingência, o aumento das internações representa uma variação pequena, se for levado em que conta que na semana anterior houve um feriado e foi a semana em que se registrou o menor número de hospitalizações. Mesmo assim, ele considera que o momento é de preocupação e de reforçar as medidas de distanciamento social.

"As pessoas devem evitar festas, aglomerações. Parece que a temporada de festas de casamento está liberada. Estão fazendo convites. Mas isso não está previsto. Solenidades e festividades ainda não são possíveis", disse.

O secretário Jean Gorinchteyn ainda afirmou que se houver aumento de casos e óbitos "seguramente medidas mais austeras e restritivas serão adotadas" a fim de garantir vidas. Já Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, foi mais enfática ao garantir que, se necessário, regiões poderão voltar à fase vermelha —a mais restritiva do Plano São Paulo.

Além do secretário, o governador João Doria (PSDB) e os demais membros do comitê reforçaram que a população não deixe de lado o uso da máscara e as medidas de distanciamento social, além de evitar aglomerações.

O governador ainda fez um alerta para que mães orientem seus filhos jovens a não frequentarem festas e encontros. "Deixem para festejar quando tivermos a vacina", disse Doria.

As autoridades de saúde do Estado também se preocupam com o aumento da circulação de pessoas em função das temperaturas mais altas e das festividades de fim de ano.

Para tentar conter um relaxamento nas medidas de distanciamento e de higiene, está prevista uma intensificação na fiscalização de festas irregulares e na autuação por falta de uso de máscara.

"Se nós estamos falando que máscara é lei e lei tem custo, então as pessoas vão ser multadas", disse o secretário Gorinchteyn.

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