Descrição de chapéu Coronavírus

Após pedido de SP, Ministério da Saúde defende orientação de reservar a 2ª dose da vacina contra Covid

Comitê paulista anunciou que pediria ampliação do prazo para aplicação da segunda dose e, com isso, usar todas as doses disponíveis

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Brasília

Após pedido do governo paulista para usar todas as vacinas contra a Covid-19 disponíveis para a oferta de uma primeira dose, o Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (28) que reforça orientações anteriores enviadas aos estados e municípios para que "cumpram diretrizes e o país tenha doses suficientes para imunizar com duas doses previstas".

Atualmente, essas diretrizes defendem que secretarias de Saúde reservem 50% das doses da vacina Coronavac para a segunda dose.

Ainda segundo o ministério, não há evidência científica de que a ampliação do intervalo entre a primeira e segunda dose de vacinas ofereça a proteção necessária para a população.

Nesta semana, o governo de São Paulo informou ter solicitado ao ministério o uso de todas as vacinas em estoque para ampliar o universo de pessoas que poderiam receber a primeira dose.

Como a Folha mostrou, a questão é debatida no Centro de Contingência da Covid-19, painel de 20 especialistas do governo paulista que lida com a crise. Junto à medida, o grupo discute a possibilidade de ampliar o intervalo da segunda dose para além de 28 dias.

Na nota em divulgada nesta quinta (28), o ministério não cita se vai avaliar o pedido, mas reforça orientações já emitidas a estados e municípios.

É o caso de um ofício enviado em 19 de janeiro que já cita a reserva da segunda dose da Coronavac. "O ministério alertou que é imprescindível que todas as unidades de saúde da federação cumpram as diretrizes para que o país tenha doses suficiente para imunizar, com as duas doses previstas, este primeiro ciclo da campanha de vacinação - e garanta, desta forma, uma imunização eficaz no país."

"É importante ressaltar que as recomendações têm como base os estudos clínicos da fase 3 do imunizante, que indicam que o intervalo entre a primeira e a segunda dose deve ser de duas a quatro semanas. Não há, até o momento, evidências científicas de que a ampliação desse intervalo irá oferecer a proteção necessária à população", completa.

O governo paulista, porém, tem defendido que seja discutido ampliar o prazo de aplicação da segunda dose. Com isso, não haveria necessidade de reserva inicial. "É precisa a manifestação oficial do PNI. Encaminharemos uma consulta formal", disse em entrevista coletiva nesta semana o secretário-executivo da Saúde estadual, Eduardo Ribeiro.

A Folha mostrou que, caso isso não ocorra, haveria a opção de que o estado implemente a medida sozinho. Questionado sobre a possibilidade de haver medidas diferentes nos estados, o ministério ainda não respondeu.

Segundo membros da pasta ouvidos pela reportagem, a ideia é avaliar estudos de dosimetria. Uma eventual alteração da recomendação de reservar a segunda dose e adiar o intervalo, porém, só deve ocorrer caso haja segurança e após aval da Anvisa.

GOVERNADORES AVALIAM COMPRA DE VACINAS

A baixa oferta inicial de vacinas tem gerado preocupação entre governadores, que já afirmam que, caso não haja resposta do Ministério da Saúde, podem comprar vacinas por conta própria.

Em nota divulgada nesta quinta (28), o coordenador do Fórum Nacional de Governadores, Wellington Dias, diz que "o governo federal precisa dizer o que vai comprar, quanto vai comprar e de quem vai comprar as vacinas para imunização de mais de 220 milhões de brasileiros."

"Pois, caso o governo não apresente um cronograma que atenda a demanda de imunização dos mais de 220 milhões de brasileiros, os governadores, através do Fórum Nacional de Governadores e Consórcio Nordeste, irão se movimentar para comprar as doses necessárias", aponta.

Na nota, os governadores cobram ainda "um afinamento" no diálogo do governo brasileiro com o governo da China. O objetivo é garantir o cronograma de compra e de entrega de insumos para fabricação de vacinas pela Fiocruz e Butantan.

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