Um avião com 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca chegou a São Paulo na tarde desta sexta-feira (22). O país tem agora dois tipos de imunizante contra a Covid-19.
O imunizante, importado da Índia, chegou ao Brasil depois de sucessivos adiamentos na liberação da carga, o que causou desgaste ao Palácio do Planalto, que apostava nessa vacina para dar o pontapé na campanha de imunização nacional.
A chegada das doses no aeroporto internacional de Guarulhos foi acompanhada pelos ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e das Comunicações, Fábio Faria.
Em um breve pronunciamento, os ministros defenderam o governo Jair Bolsonaro sobre o processo conturbado para a chegada das doses da Índia.
"Essa parceria envolveu um grande trabalho. Envolveu o presidente da república, várias autoridades da saúde, nosso embaixador. Eu falei pessoalemente todos os dias com o chanceler indiano para possibilitar a chegada dessas vacinas", disse Araújo, que está sob forte pressão pela dificuldade que o Brasil tem encontrado de importar vacinas e insumos.
Os imunizantes devem ser distribuídos aos estados a partir da tarde deste sábado (23), evitando que a vacinação seja paralisada em diversos locais onde as doses da Coronavac já estão se esgotando.
Segundo Pazuello, todos os estados receberão os imunizantes 24 horas após o início da distribuição. Ele disse que o Amazonas receberá 5% das doses - a medida foi defendida por governadores, que entendem ser a situação mais grave do país e temem o aumento de contaminação de estados vizinhos.
Depois dos trâmites alfandegários em Guarulhos, a carga segue para o Rio de Janeiro em um avião da Azul. Elas serão escoltadas pela Polícia Federal para um depósito da Fiocruz, onde técnicos do instituto farão a checagem das vacinas e rotulagem dos frascos com informações em português.
A previsão é de que esse trabalho dure cerca de 15 horas e aconteça na madrugada deste sábado para que em seguida seja distribuída aos estados. O Ministério da Saúde não detalhou quantas doses serão enviadas para cada local.
O uso emergencial da vacina de Oxford foi aprovado pela Anvisa no domingo (17), mesmo dia em que foi aprovada a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac.
Foram autorizadas 8 milhões de doses dos dois imunizantes, sendo 6 milhões da Coronavac que foram usadas para começar a campanha de vacinação em todo o país.
A situação representou uma derrota ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que travou nos últimos meses uma guerra política com o governador paulista, João Doria (PSDB), em torno da Coronavac.
Durante o pronunciamento nessa sexta, Pazuello disse que o governo federal está empenhado em seu trabalho para "salvar vidas".
"Nosso país jamais será dividido, nenhum brasileiro é mais importante que outro. Nenhum estado é mais importante", disse o ministro.
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