O Brasil registrou a maior média móvel de mortes em seis meses, nesta sexta-feira (29), de 1.068 óbitos. É o maior número desde 26 de julho, quando houve de 1.074 novas mortes em média.
Nesta sexta, foram registradas 1.099 mortes e 58.691 casos da doença. Com isso, o país chegou a 222.775 óbitos e a 9.119.477 pessoas infectadas pela Covid-19 desde o início da pandemia.
Os dados do país são fruto de colaboração inédita entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais.
Além dos dados diários, a Folha também mostra a chamada média móvel. O recurso estatístico busca dar uma visão melhor da evolução da doença, pois atenua números isolados que fujam do padrão. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.
De acordo com os dados coletados até as 20h, a média de mortes nos últimos sete dias é de 1.068. O valor da média representa um aumento de 11% em relação ao dado de 14 dias atrás e, com isso, uma situação de estabilidade na média.
O Brasil tem uma taxa de 106,4 mortos por 100 mil habitantes. Os Estados Unidos, que têm o maior número absoluto de mortos (435.892), e o Reino Unido (104.572), ambos à frente do Brasil na pandemia (ou seja, começaram a sofrer com o problema antes), têm 133,4 e 157,3 mortos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.
O Brasil havia ultrapassado a taxa da Itália de mortes por 100 mil habitantes (145,4), país com 87.858 óbitos pela doença. Contudo, com a segunda onda que assola a Europa, a Itália voltou a passar o Brasil.
O México, que ultrapassou o Reino Unido em número de mortos e já contabiliza 155.145 óbitos, tem 122,9 mortes para cada 100 mil habitantes.
Na América do Sul, chama a atenção também o número de mortos por 100 mil habitantes do Peru: 126,6. O país tem 40.484 óbitos pela Covid-19.
A Índia é o terceiro país, atrás apenas de EUA e Brasil, com maior número de mortes pela Covid-19, com 154.010 óbitos. Lá, devido ao tamanho da população, a taxa proporcional é de 11,4 óbitos por 100 mil habitantes.
Na Argentina, onde a pandemia desembarcou nove dias mais tarde que no Brasil e que seguiu uma quarentena rígida de início, o índice é de 107,4 mortes por 100 mil habitantes (47.775 óbitos).
A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.
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