Descrição de chapéu Coronavírus

Em ato de Doria com ex-presidentes, Temer diz que China enviará insumos ao Brasil

Emedebista disse que conversou com embaixador chinês e que há questão técnica a resolver

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São Paulo

Em evento com ex-presidentes da República e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Michel Temer (MDB) afirmou ter falado com o embaixador da China e foi informado de que os insumos para produção de vacinas virão ao país.

A afirmação foi feita durante evento nesta segunda (25) no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste de São Paulo). Além de Temer, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e José Sarney (MDB) participaram do evento —o tucano presencialmente e os dois emedebistas pela internet. O objetivo era incentivar a vacinação.

"Hoje ainda às 11h falei com o embaixador da China no Brasil. Nessa conversa, a notícia que tive é que os insumos estão sendo acondicionados. Há uma pequena questão técnica na China, mas eles virão para o Brasil", disse Temer, que está atuando a pedido do governo estadual junto a representantes do país asiático que produz os insumos.

Doria afirmou que nesta terça-feira (26) haverá uma reunião com chineses para tratar do assunto. "Tudo indica que será uma reunião bastante conclusiva", disse ele, afirmando que haverá posições sobre a questão.

À tarde, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que recebeu a informação de que a China enviaria 5.400 litros de insumos da Coronavac.

Doria frisou que não se tratava de um evento político, mas institucional, de defesa da vacina. "Convidei todos os ex-presidentes, entendendo que não é um ato político. É um ato de união. A vida dos brasileiros está acima de qualquer sentimento político", disse Doria. Os ex-presidente Fernando Collor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) não aceitaram.

Foto de ex-presidentes com o governador João Doria (PSDB), em evento no Palácio dos Bandeirantes
Foto de ex-presidentes com o governador João Doria (PSDB), em evento no Palácio dos Bandeirantes - Bruno Santos/ Folhapress

Doria e FHC fizeram uma foto em frente ao painel, onde eram mostradas as imagens de Temer e Sarney, fazendo o sinal do V com as mãos. O V feito por Temer ficou sobre a cabeça de Doria, gerando um efeito visual de um 'chifrinho' sobre o governador.

O primeiro a falar foi o ex-presidente Sarney, que pregou a união em torno da vacina. Ele citou ter participado há 30 anos de um seminário em Xangai, na China, em que já se previa que a maior ameaça à humanidade não seria uma guerra nuclear, mas o surgimento de doenças desconhecidas.

"Nos resta, portanto, a esperança para vencer essa tragédia, a vacinação, que deve ser feita com espírito de solidariedade, de união de todos, com colaboração do povo e a nossa fé sem dúvida em Deus. É hora de juntarmos esforços para dizer a população brasileira que colabore com as autoridades sanitárias", disse Sarney.

Parte da fala de Temer ficou inaudível por problemas de áudio. O ex-presidente agradeceu aos profissionais de saúde, chamando-os de "herois". "Vacinem-se todos. Essa a melhor comemoração que nós podemos fazer no dia do aniversário de São Paulo", diz.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso citou nunca ter visto algo como a pandemia e afirmou lembrar apenas da Segunda Guerra Mundial. "Eu nunca vi coisa semelhante a isso que estamos assistindo agora, e olha que alguns do que estamos aqui somos velhos", disse. "Agora está acontecendo é que esse vírus não perdoa idade, classe social, nada, ele mata. E a defesa que temos é uma só, a vacina", completou.

Fernando Henrique desconversou sobre a avaliação à gestão da pandemia pelo governo federal. "Nosso objetivo aqui não é político. É muito mais para chamar a atenção para a necessidade de todos para combater a epidemia", disse. "Para quem foi governante, alguns de nós já somos, sabemos que é difícil, não é uma coisa fácil, então não quero criar uma dificuldade adicional", disse.

Questionados pela Folha sobre um critério para vacinação de profissionais da saúde, diante de queixas de gente que atua na linha de frente não foi priorizada, representantes da gestão Doria afirmaram que foi mandado um ofício para priorizar os que agem no combate ao coronavírus.

"Secretaria de estado da saúde fez ofício para todas as instituições para que houvesse priorização para atendimento de profissionais de saúde na linha de frente, aqueles que estivessem atendendo nos prontos-socorros e enfermarias", disse o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn.

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