Descrição de chapéu Coronavírus

Funcionários do HC comemoram ao receber vacina contra a Covid

Primeiros imunizados serão os voluntários que trabalharão na vacinação dos demais 30 mil trabalhadores do complexo hospitalar

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São Paulo

Em clima de comemoração, os funcionários do Hospital das Clínicas começaram a ser imunizados contra a Covid-19 na manhã desta segunda-feira (18).

Receberam a primeira dose da Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, os profissionais da saúde que se voluntariaram a trabalhar na vacinação dos quase 30 mil funcionários do HC.

Os trabalhadores começaram a receber as doses às 7h desta segunda, em esquema de teste. A vacinação será retomada às 11h e segue até as 17h. Segundo Eloisa Bonfá, diretora Clínica do HC, 400 funcionários serão imunizados hoje.

A primeira a receber a vacina foi a enfermeira Juliana Regina Campana, de 35 anos, 13 deles trabalhando no HC. Em férias, ela se voluntariou à força-tarefa de imunização dos demais funcionários do complexo hospitalar.

“É muita emoção receber essa vacina. A gente tem que comemorar mesmo. Eu, meu marido e meus filhos tivemos Covid e eu sei o que essa doença pode fazer com as pessoas. Como trabalho na linha de frente, são meses trabalhando com medo e tendo que manter a cabeça firme para apoiar os pacientes”, disse a profissional, que trabalha no Instituto da Criança, cuidando de crianças com câncer.

Segundo Bonfá, a partir desta terça (19), a força-tarefa para imunizar os funcionários funcionará das 7h às 19h e o objetivo é conseguir vacinar todos os funcionários até quinta-feira (21). Segundo ela, um cronograma foi montado para que a aplicação não atrapalhe o atendimento aos pacientes do complexo hospitalar.

“Isso é um sopro de ânimo para nós que estamos trabalhando há dez meses na frente de batalha e agora vemos uma segunda onda da doença chegar. Essa vacina tem um significado especial para cada pessoa. Para nós, é saúde, mas para quem está parado, é o emprego. Pode ser a socialização. Eu espero que todo mundo possa descobrir o real significado da vacina em breve”, disse, emocionada.

Comemorando muito, a médica Beatriz Perondi, que trabalha na regulação das urgências e emergências da pediatria do HC, recebeu a imunização com os colegas na manhã desta segunda. “É um alento. Muita alegria de receber a vacina e tomara que ela diminua um pouco o avanço da Covid”, disse.

O Hospital das Clínicas montou 30 postos de vacinação no Centro de Convenções Rebouças, ao lado do complexo, para vacinar os funcionários. A estrutura deve ser montada novamente dentro de três ou quatro semanas para que os trabalhadores recebam a segunda dose.

Logo após a vacinação, o roteiro quase obrigatório de todos os funcionários era uma selfie em frente ao painel que serviu de fundo para o pronunciamento do governador João Doria (PSDB) na tarde deste domingo (17), após a vacinação Contra a Covid-19 da primeira pessoa do país, a enfermeira Monica Calazans.

“Essa foto vai para as redes sociais, sim. E espero que muitas outras como essas lotem a internet para espalhar a importância de tomarmos essa vacina. Só a vacina vai deter esse vírus e hoje, nada detém a nossa onda de esperança”, disse a enfermeira Cleonice Bezerra, 60 anos, que trabalha no HC há 31.

OUTRO MUNDO

A pouco mais de 50 passos do local em que os primeiros brasileiros recebiam as tão esperadas doses da vacina contra Covid-19, centenas de pessoas se aglomeravam em um grande fila para retirada de medicamentos na farmácia do HC.

Sem distanciamento social, pacientes e familiares aguardavam há mais de 1h30 para pegar os remédios de uso contínuo.

“Todo mês é isso aqui. Hoje até que não está tão ruim. No mês passado, esperei três horas. O pior é quando chega lá e não tem todos os medicamentos”, diz a cozinheira Jaildes Farias, 50, que tem problemas cardíacos.

Acompanhada da filha, ela vem todos os meses de Taboão da Serra até o HC para fazer a retirada de medicamentos. “Venho porque preciso mesmo. Não tenho como comprar tudo. Seriam mais de R$ 500 por mês”, diz.

Na entrada da farmácia, funcionários fazem a triagem dos pacientes e nos guichês não há aglomeração de pessoas.

“Mas até chegar a hora de entrar no fresquinho do ar-condicionado, a gente pena muito no calor”, brinca Jaildes.

Quem aguardava na fila disse que o atendimento melhorou em razão da pandemia, mas a espera ainda é longa.

“Essa podia ser a fila da vacina, mas ainda não é. Mas o importante é que os nossos guerreiros já estão recebendo a vacina”, disse o ambulante Geraldo Santos, 33 anos, que há dois vende água e refrigerantes para quem espera a retirada de uma medicação.

O Hospital das Clínicas informou, por meio de nota, que conta um programa de entrega de medicamento em casa, que hoje atende 50 mil receitas por mês, além de agendamento de horário para entregas presenciais.

"Devido à demanda represada pelo período mais crítico da pandemia, há um volume maior de pacientes que saem de consultas ambulatoriais e, inclusive, daqueles que estão fora de seu horário de agendamento. Por esse motivo, optou-se por mantê-los do lado de fora, onde há mais espaço e maior circulação de ar, evitando aglomerações na área interna", diz trecho da nota.

O HC ainda reforça que os pacientes chegem apenas 20 minutos antes do horário agendado e aqueles que precisarem atualizar a receita da medicação, têm prazo e 30 dias, se for no HC, e 90 dias InCor (Instituto do Coração).

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