Descrição de chapéu Coronavírus

Pazuello nega atraso em insumos da China e diz que país terá 'avalanche' de propostas de vacinas

Em evento, ministro cita pressões de todos os lados e diz que entrave com China pode ser burocrático

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

Com poucas doses de vacinas contra Covid disponíveis, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou nesta quinta-feira (21) que haja atrasos para obter insumos da China necessários para produzir mais imunizantes e disse que o país deve receber uma "avalanche de propostas de laboratórios" sobre vacinas em breve.

Sem citar inicialmente a baixa oferta de vacinas já distribuídas, que abrangem apenas 2,8 milhões de pessoas, e a dificuldade em obter 2 milhões de doses da Fiocruz, Pazuello disse que a pasta já acerta o recebimento de mais doses do Butantan, "enquanto outros apresentam suas propostas".

"Em janeiro, começo de fevereiro, vai ser uma avalanche de laboratórios apresentando propostas, porque são 270 iniciativas no mundo. Temos que ter atenção e muito cuidado para colocar todas elas disponíveis o mais rápido possível dentro da segurança e eficácia, e na nossa capacidade de colocar no lugar certo e na hora certa", afirmou, pedindo em seguida que as pessoas "confiem no SUS".

"Nosso país é um só e nunca foi ou será dividido", disse.

As declarações ocorreram em evento do Conasems, conselho que reúne secretários municipais de saúde, para lançamento de uma plataforma para capacitação de 94 mil profissionais de saúde sobre vacinas.

No encontro, Pazuello tentou rebater a série de críticas pelo atraso da pasta em adotar medidas e disse que o SUS mantém suas ações, que ocorrem em paralelo a "desgastes diários, fake news e pressões de todos os lados".

Ele também negou que haja atraso na obtenção de insumos da China necessários para a fabricação de mais vacinas pelo Butantan e Fiocruz e disse que o problema pode estar ligado não a uma "discussão política", mas a uma questão "burocrática".

"Estamos em negociação diplomática com a China. Conversei com embaixador chinês, e solicitei entrevista com ele, que foi feita. Ele vai fazer as gestões necessárias, e colocou pra mim que não há discussão política e diplomática, e sim burocrática, e vai ver onde está o entrave e ajudar a destravar", afirmou.

Ainda de acordo com Pazuello, o contrato do Butantan previa entrega até 10 de fevereiro, enquanto o da Fiocruz até 31 de janeiro –daí afirmar que não há atrasos.

Os dois laboratórios, no entanto, têm manifestado preocupação sobre a entrega dos insumos e dizem que a situação deve adiar a entrega de doses.

Sem responder perguntas, Pazuello disse ainda que a pasta planeja acionar a AstraZeneca, com quem a Fiocruz tem uma parceria para transferência de tecnologia e entrega das primeiras doses, caso a situação não seja resolvida. A medida, porém, só poderia ocorrer após esse prazo, afirma.

"No caso da Fiocruz, a previsão é 31 de janeiro. Ainda não está atrasado, mas estamos nos antecipando ao problema. Ainda não posso acionar contratualmente a empresa que fizemos a encomenda, só posso acionar e acionarei no primeiro dia de atraso, que é final de janeiro", disse.

No evento, o ministro afirmou inicialmente que a pasta ainda não tinha previsão de entrega das 2 milhões de doses previstas a serem importadas da Índia pela Fiocruz. Horas depois, no entanto, a pasta divulgou uma nota em que informa que a carga deve chegar ao Brasil no fim da tarde de sexta (22).​ A medida ocorre após aval da Índia à liberação das doses.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.