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União Europeia aprova vacina de Oxford contra Covid-19 para todos os adultos

Imunizante é o principal no programa de vacinação do governo federal brasileiro; agência alemã havia recomendado que não fosse usado em idosos

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Bruxelas

A União Europeia aprovou hoje o uso para todos os com mais de 18 anos da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. O imunizante é o principal do programa de vacinação do governo federal brasileiro.

Segundo a EMA (Agência Europeia de Medicamentos), o produto é seguro e eficaz o suficiente para ser usado. Havia dúvidas sobre se a UE recomendaria seu uso para maiores de 65 anos, já que os ensaios foram feitos com um número pequeno de idosos —apenas 8% dos voluntários tinham entre 56 e 69 anos, e apenas de 3% a 4% superavam 70 anos.

Na quinta, a agência de saúde alemã recomendou que ela fosse aplicada apenas a quem tem de 18 a 64 anos, mas o Ministério da Saúde do país afirmou que esperaria a decisão da EMA. A avaliação da agência da UE ressalva que só 13% dos participantes do ensaio clínico tinham mais de 55 anos, mas diz que "não há razão para esperar que isso não tivesse algum nível de eficácia nessa faixa etária".

De acordo com a EMA, como o nível exato de proteção da vacina de Oxford nos idosos ainda não foi determinado, ela pode ser usado, mas opções já testadas (como as vacinas da Pfizer e da Moderna, já aprovadas na UE) “podem ser preferíveis".

A agência espera receber em março resultados de teste feito com 30 mil pessoas nos EUA, das quais um "número grande" de idosos. Também admitiu que a segunda dose seja administrada em um intervalo de até 12 semanas, como vem fazendo o Reino Unido.

Além de no Brasil e no Reino Unido, a vacina Oxford/AstraZeneca é usada em outros dez países, sem restrições de faixa etária. Ao recomendar o uso emergencial do imunizante no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também ressalvou os poucos dados sobre sua eficácia em idosos, e recomendou monitoramento de novos dados junto às empresas e o acompanhamento da população vacinada.

As mesmas avaliação e recomendação foram feitas para a vacina Coronavac, produzida pela empresa chinesa Sinovac, aplicada no estado de São Paulo e uma das opções futuras para o programa federal.

De acordo com a AstraZeneca, os ensaios inicialmente publicados têm um número menor de idosos porque a Universidade de Oxford queria antes “acumular muitos dados de segurança no grupo de 18 a 55 anos”. O efeito do imunizante nas faixas etárias mais altas continua sendo avaliado no Reino Unido, onde a vacina já é aplicada a partir dos 75 anos.

A empresa afirma ainda que seus estudos mostram 100% de proteção contra doenças graves e hospitalização e "uma produção muito forte de anticorpos contra o vírus em idosos, semelhante ao que vemos em pessoas mais jovens”.

A AstraZeneca está no centro de uma batalha jurídica com a União Europeia, depois de anunciar no dia 22 que faria um corte de mais da metade no fornecimento prometido para o primeiro trimestre e de 50% no segundo trimestre, por gargalos na produção.

A Comissão Europeia assinou um contrato em agosto para garantir 300 milhões de doses da vacina do vetor viral, com opção de compra de 100 milhões adicionais, e esperava que o imunizante da AstraZeneca ajudasse a deslanchar as imunizações no bloco, porque sua logística é muito mais simples que a das vacinas da Pfizer e da Moderna.

Enquanto essas duas últimas precisam ser mantidas ultracongeladas e só resistem cinco dias em geladeira comum, as da AstraZeneca podem ser armazenadas e transportadas sob refrigeração normal, de 2º a 8º Celsius. Além disso, é um imunizante mais barato que os outros dois, que usam uma tecnologia inédita e mais sofisticada.

A UE agora tenta pressionar a fabricante a cumprir o fornecimento prometido e alterou suas regras para impedir que as ampolas produzidas no bloco sejam exportadas sem autorização.

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