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Vacinação contra Covid começará quando todas as capitais tiverem doses, diz Saúde

Secretário-executivo diz que campanha começará no mesmo horário em todos os estados; pasta evita dar datas

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Brasília

Sem dar data para o início da vacinação contra a Covid, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco disse nesta quarta-feira (13) que a vacinação contra Covid iniciará de forma simultânea e apenas quando todas as capitais tiverem doses da vacina.

A previsão é que essa distribuição ocorra de três a cinco dias após a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), informa.

"Por que a diretriz de começar todos ao mesmo tempo? Um mote é que ninguém vai ficar para trás. [...] É bom São Paulo ter o Butantan e para o Rio de Janeiro ter a Fundação Oswaldo Cruz, mas não podemos tratar brasileiros de forma diferente", disse, a ser questionado sobre a possibilidade de vacinação iniciar por São Paulo e Rio de Janeiro, onde ficam os dois laboratórios. "São Paulo e Rio de Janeiro não estão perdendo, o Brasil está ganhando", disse.

As doses, no entanto, devem demorar mais alguns dias para chegarem ao interior --daí a opção por iniciar quando as doses estiverem nas capitais, informa.

"Vai começar pelas capitais, não posso esperar chegar em todos os 5.570 municípios, em 38 mil salas, para então 'startar' [começar] a vacinação. Vai começar quando chegar nas capitais, é essa a ideia", disse.

Em meio a críticas de atraso para definir a estratégia, Franco evitou, em coletiva de imprensa, dar uma data exata para o início da vacinação. Segundo ele, a definição dependerá da decisão da agência sobre o aval ao uso emergencial de vacinas contra a Covid. Uma reunião para essa análise está marcada para domingo (17).

Atualmente, a agência analisa dois pedidos para essa autorização. O primeiro foi feito pelo Instituto Butantan, para o uso de 6 milhões de doses da vacina Coronavac que foram importadas da China ainda no ano passado.

Já o segundo pedido foi feito pela Fiocruz, que pede autorização para uso de 2 milhões de doses da chamada vacina de Oxford, previstas chegarem ao Brasil até o fim desta semana.

"A Anvisa aprovando no domingo, vamos começar a distribuição para as capitais, e o material é loteado.
Mas o simples aprovar da Anvisa não permitiria começar a vacinação. Haverá uma margem temporal para que a vacina chegue", afirmou. "Mas a vacinação iniciará no mesmo horário em todo o Brasil."

Questionado, Franco também não informou quais os primeiros grupos a serem vacinados caso as 8 milhões de doses sejam aprovadas. A previsão, diz, é que a estratégia inicie em idosos, profissionais de saúde e indígenas.

Segundo o secretário, a pasta avalia diferentes variáveis para definir esses grupos.

"De acordo com a quantidade de vacinas que viermos tendo, vamos abordando esses grupos", disse. "No caso dos profissionais de saúde, se tivermos quantidade menor, vamos priorizar aqueles na linha de frente."

A expectativa, diz, é que a vacinação leve até 16 meses para ser finalizada em todo o país.

Ainda de acordo com Franco, a pasta deve analisar a possibilidade de aumentar o intervalo de aplicação das doses para aumentar o público a ser vacinado.

"No caso de alguns imunizantes, já está sendo uma prática em outros países aumentar o intervalo, desde que estudos possibilitem esse aumento. Há sim essa possibilidade."

Segundo o secretário, uma campanha para estimular a população a aderir à vacinação já foi finalizada --ele não informou, porém, quando a medida será divulgada.

SERINGAS E AGULHAS

Em meio a críticas de atraso para adquirir seringas e agulhas, o ministério informou que a pasta deve abrir um novo pregão para adquirir 290 milhões de unidades desse material no dia 15 de janeiro.

Diferente da anterior, no entanto, a nova compra deve contar com mais especificações desse material, em uma tentativa de aumentar o sucesso da compra. A decisão ocorre após críticas de fabricantes.

"Verificamos que um dos fatores que tinham prejudicado o êxito é que tínhamos previsto a compra de seringa com agulha. Agora estamos colocando nesse pregão também seringa separada da agulha", disse.

Essa deve ser o segundo pregão pela pasta. Uma primeira tentativa de compra, apenas para o fim de 2020, obteve apenas 7,9 milhões das 330 milhões de unidades previstas.

Segundo Franco, a pasta também acertou a compra de 60 milhões de seringas e agulhas com as empresas, por meio de requisição administrativa dos estoques —o que impede que as empresas fechem outros contratos.

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