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Veja o que se sabe sobre a vacinação contra a Covid-19 no Brasil

Anvisa liberou no dia 17 de janeiro o uso emergencial da Coronavac e da Oxford/AstraZeneca

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São Paulo

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou no domingo (17) a autorização para uso emergencial da vacina Coronavac —fruto de parceria do instituto paulista Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac— e da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pela universidade britâica e a farmacêutica sueca em parceria com o instituto federal Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A decisão é inédita, dado o agravamento da pandemia de Covid-19 no país.

A Coronavac foi a primeira a ser aplicada no país, mas outros 2 milhões de vacinas de Oxford já chegaram da Índia.

Leia abaixo algumas respostas e dúvidas sobre a vacinação contra a Covid-19 no Brasil.

O que devo fazer agora?
Não se dirija a um posto de saúde. É preciso aguardar instruções das autoridades locais.

Num primeiro momento, a vacina deve ser aplicada especialmente em trabalhadores da saúde, e essas pessoas devem ser imunizadas em seus próprios locais de trabalho. Indígenas também estão sendo imununizados em alguns estados, como São Paulo e Pará, e as prefeituras estão organizando as campanhas nas próprias aldeias. Idosos em asilos ou instituições psiquiátricas e indígenas também deve ser vacinados nos locais onde moram.

O importante é não ir a um posto de saúde agora porque a visita desnecessária pode causar aglomerações e atrapalhar os serviços.

Devo fazer o pré-cadastro para receber a vacina em São Paulo?
Neste momento, o pré-cadastro para a vacina, por meio do site VacinaJá, é apenas para os que se encaixam na primeira fase de grupos prioritários para vacinação no estado: profissionais de saúde, indígenas e idosos.

O pré-cadastro não configura um agendamento nem garantia de vacina. O objetivo é agilizar o atendimento nos postos de saúde. Quem não fizer o pré-cadastro apenas terá que fazer o cadastro completo no local de vacinação.

E em outros estados, preciso ter algum cadastro prévio?
Segundo o Ministério da Saúde, caso o paciente ainda não esteja cadastrado nas bases de dados, o profissional de saúde poderá registrá-lo no momento do atendimento.

O Ministério da Saúde esclarece que não está fazendo pré-cadastro para a vacinação por telefone ou SMS.

Qual é a ordem da vacinação?
O Ministério da Saúde divulgou, inicialmente, quatro fases de vacinação contra a Covid-19, que atingiriam 109,5 milhões de pessoas, cerca de 51% da população do país.

Não há data exata para cada fase nem se sabe quando a primeira fase terminaria, já que há poucas doses disponíveis no momento.

  • 1ª fase: Profissionais da saúde, idosos a partir de 75 anos, população indígena e quem tem mais de 60 anos e vive em asilos ou instituições psiquiátricas
  • 2ª fase: Pessoas de 60 a 74 anos
  • 3ª fase: Pessoas com doenças que elevam o risco de agravamento da Covid-19, como diabetes e doenças cardiovasculares
  • 4ª fase: Professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional

O estados distribuem as doses para as prefeituras, que organizam a vacinação dos grupos prioritários.

Quais capitais já têm calendário de vacinação?
Em São Paulo, a vacinação de pessoas com mais de 90 anos estava programada para a próxima segunda-feira (8), mas foi antecipada na capital e teve início nesta sexta-feira (5). A partir 15 de fevereiro, pessoas com 85 anos ou mais começarão a ser vacinadas.

​A primeira fase, com trabalhadores da saúde, indígenas, quilombolas e idosos que vivem em asilos, envolve a vacinação de 1,6 milhão de pessoas.

5/2 (data antecipada pela prefeitura) - Idosos com 90 anos ou mais
15/2 - Idosos com 85 anos ou mais
Data ainda não divulgada - Idosos com 75 anos ou mais

No Rio de Janeiro, a prefeitura começou a vacinação em idosos na última segunda-feira (1) e segue com cronograma escalonado:

1 (segunda) - Pessoas a partir de 99 anos
2 (terça) - Pessoas com 98 anos
3 quarta) - Pessoas com 97 anos
4 (quinta) - Pessoas com 96 anos
5 (sexta-feira) Pessoas com 95 anos
6 (sábado) - Todas as pessoas a partir de 95 anos

8 (segunda) - Pessoas com 94 anos
9 (terça) - Pessoas com 93 anos
10 (quarta) - Pessoas com 92 anos
11 (quinta) - Pessoas com 91 anos
12 (sexta) - Pessoas com 90 anos
13 (sábado) - Todas as pessoas entre 90 e 94 anos

15 (segunda) - Pessoas a partir de 89 anos
16 (terça) - Pessoas com 88 anos
17 (quarta) - Pessoas com 87 anos
18 (quinta) - Pessoas com 86 anos
19 (sexta) - Pessoas com 85 anos
20 (sábado) - Todas as pessoas entre 85 e 89 anos

22 (segunda) - Pessoas com 84 anos
23 (terça) - Pessoas com 83 anos
24 (quarta) - Pessoas com 82 anos
25 (quinta) - Pessoas com 81 anos
26 (sexta) - Pessoas com 80 anos
27 (sábado) - Todas as pessoas entre 80 e 84 anos

Como os profissionais de saúde serão escolhidos para ser vacinados?
Não está claro. Provavelmente, cada estado e cada instituição fará seu próprio processo seletivo e incluir primeiro os profissionais que estão na linha de frente do combate à Covid.

Diante da escassez de vacinas contra Covid-19, pesquisadores e dirigentes de entidades de saúde defendem que os profissionais da área que estão na linha de frente de enfrentamento da pandemia sejam priorizados, a exemplo do que ocorre em países que saíram à frente na vacinação, e reclamam da falta de uma fila clara nessa área.

A partir de quando a vacina estará disponível para outros grupos? 
Não se sabe. O número de vacinas prontas disponíveis ainda é muito pequeno diante da necessidade do país. Nem mesmo os públicos alvos das primeiras fases devem ser contemplados tão cedo considerando as doses existentes agora.

Crianças e adolescentes serão vacinados?
A princípio, não. Em primeiro lugar, porque há grupos de maior risco que têm prioridade na fila, como profissionais de saúde e idosos. E, em segundo lugar, porque as vacinas ainda não foram testadas em menores de 18 anos —há alguns estudos em andamento.

Quando chegar minha hora de ser vacinado, serei chamado? Se sim, como? 
Ainda não se sabem os detalhes da organização de todos os grupos prioritários em todos os estados.

Onde a vacina estará disponível e será aplicada? Como saberei aonde ir? 
Os profissionais de saúde devem ser vacinados em seus próprios locais de trabalho. No Rio de Janeiro, por exemplo, idosos que estão em abrigo (que também fazem parte da primeira fase do Ministério da Saúde) serão vacinados no próprio abrigo.

De toda forma, no estado de São Paulo, é possível identificar os postos de vacinação mais próximos de sua residência no site VacinaJá.

Em outros estados, a vacina estará disponível em 38 mil salas de vacinação, segundo o Ministério da Saúde, mas a aplicação deve obedecer uma ordem de grupos prioritários, a qual será divulgada pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.

Quantas doses estão disponíveis para uso imediato no país? 
Embora o Butantan tenha cerca de 11 milhões de doses prontas da Coronavac, o pedido do aval se referia a apenas 6 milhões de doses que haviam sido importadas da China ainda no ano passado. Outros 4,8 milhões de doses também já receberam aval da Anvisa.

Já o pedido da Fiocruz se refere a 2 milhões de doses da vacina de Oxford que foram importadas da Índia.

Quando as duas vacinas já aprovadas estiverem no Brasil, vou poder tomar uma dose da Coronavac e outra da de Oxford?
Não, as vacinas usam tecnologias diferentes e não são intercambiáveis. Quem tomar a primeira dose de uma terá que tomar a segunda dose da mesma.

Depois da aprovação da Coronavac e da vacina Oxford/AstraZeneca, há outras vacinas aguardando aprovação da Anvisa? 
Não. A vacina russa Sputnik V também havia entrado com pedido na Anvisa, mas a agência disse que a solicitação do laboratório União Química não apresentou os requisitos mínimos para submissão —a vacina não foi testada no Brasil, o que é necessário para o pedido de uso emergencial.

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