Descrição de chapéu Coronavírus

Grande SP regride para fase laranja no Plano SP; outras cinco regiões também retrocederam

Secretário de Saúde cita risco de colapso de sistema de saúde em 20 dias

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São Paulo

O governo João Doria (PSDB) afirmou nesta sexta-feira (26) que a Grande São Paulo e outras cinco regiões retrocederam sua classificação no Plano São Paulo.

A afirmação foi feita em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste de SP), sobre medidas relacionadas ao coronavírus.

Grande São Paulo, Campinas, Sorocaba e Registro foram da fase amarela para a fase laranja. Já
Marília e Ribeirão Preto foram da fase laranja para a fase vermelha. Apenas Piracicaba progrediu, da fase laranja para a amarela.

As medidas valem a partir de segunda-feira (28).

Com isso, na fase laranja, comércios poderão funcionar até as 20h. Na fase amarela, eles vão até as 22h.

Os bares estão proibidos. Podem atuar como restaurantes, mas não apenas para a venda de bebidas, segundo o governo.

Além disso, comércios têm de ter no máximo 40% de sua capacidade ocupada por apenas oito horas. Parques continuam abertos.

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, afirmou que a medida se deve na piora dos índices de coronavírus nestas regiões.

"Nós alcançamos agora uma ocupação média de leitos acima de 70% e uma piora grande em algumas regiões específicas. Vemos a região de Marília e a Região de Ribeirão Preto chegando a uma taxa de ocupação de leitos de cerca de 80%. Temos também a região da Grande São Paulo, Registro, Sorocaba e Campinas que ultrapassaram o marco de 70% e com isso estão passando para a fase laranja", disse.

O secretário de estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que houve 13% no aumento de internações. "Hoje temos 6.767 pacientes internados nas UTIs, este número é 510 pacientes a mais daquilo que tivemos no pico da primeira onda e, pasmem, 357 pacientes a mais do que tivemos na segunda feita. São quase 400 pessoas internando nos últimos quatro dias", disse.

Segundo ele, 59.129 pessoas morreram no estado de São Paulo. "Tivemos uma elevação no número de casos em 6%", disse.

Gorinchteyn afirma que na primeira onda da pandemia, em julho do ano passado, 40% dos pacientes estavam em UTI e os demais em enfermaria. Atualmente, há mais pessoas em UTI (46%).

Ainda na comparação com aquele período, a 8% a mais de internações. Ele diz que o aumento de internação hoje é de 1,6% ao dia. "É algo que faz com que tenhamos um risco de esgotamento em 20 dias do total de leitos de UTI no estado se essas medidas que estão sendo tomadas agora não fossem implementadas", disse.

Na Grande São Paulo, segundo o secretário, haveria um "colapso no sistema de saúde em 19 dias". "Nós temos risco de colapsar, precisamos do apoio da população. A população mais do que nunca tem que acolher os nossos chamados. Não é só perder paladar, perder olfato, é perder a vida", disse.

A volta dos hospitais de campanha é avaliada, mas de preferência em hospitais já existentes, que passariam a ter a estrutura e profissionais para atuar contra o coronavírus.

De acordo com dados do governo, em relação aos outros estados, São Paulo está em 19º lugar no número de casos e em 12º lugar no número de óbitos por 100 mil habitantes.

Doria também anunciou que publicou decreto que permitirá que a polícia prenda pessoas que desrespeitem o toque de restrição, a partir das 23h, se houver resistência, entre outras medidas que fazem parte de uma força-tarefa contra aglomerações.

Em outras ocasiões, antes mesmo do decreto, Doria já havia falado que a polícia poderia prender pessoas que fizessem aglomerações.

"Eu quero registrar que hoje publicamos no Diário Oficial decreto que autoriza e regulamenta a fiscalização de aglomerações em nosso estado. O decreto concede à polícia, assim como a Vigilância Sanitária e ao Procon, todas as condições de uma força-tarefa para fiscalizar, multar promotores de eventos, festas ou atividades que gerem aglomeração. E atuar, se necessário e houver resistência, com a prisão daqueles que desrespeitarem o toque de restrição do governo do estado", disse Doria.

Perguntado, Doria criticou afirmação de Jair Bolsonaro (sem partido) com crítica às máscaras. O médico João Gabbardo, do centro de contingência estadual, afirmou ser "inacreditável" que isso tenha sido dito.

VACINA

O governo anunciou que a partir de 3 de março começará a vacinar pessoas entre 77 e 79 anos. Esse é um contingente de 430 mil pessoas.

Doria disse que, neste sábado (27), começa a vacinação de pessoas de 80 a 84 anos.

O governador afirmou que pretende comprar vacinas de outros laboratórios que não só o Butantan no caso de não haver vacinas suficientes para a população de São Paulo.

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