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União Europeia e Rússia fazem guerra de versões sobre vacina contra Covid

Agência da UE nega avaliar pedido de registro de Sputnik V, e fabricante tenta desmentir delcaração com foto desatualizada; no Brasil, imunizante também é alvo de polêmica política

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Bruxelas

A vacina contra Covid-19 Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, virou o centro de uma guerra de versões nesta quarta (10).

Após comunicado em que a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) afirmou não estar avaliando pedido de autorização para a vacina nem ter recebido solicitação para isso, o fabricante tentou desmentir a informação com a foto de um recibo de uma solicitação feita no dia 29 de janeiro.

A imagem, no entanto, mostra uma entrada em sistema que desde 2015 não é mais usado para esse tipo de pedido. De acordo com as novas regras, a solicitação deveria ter sido feita pelo portal eSubmission.

Antes da réplica russa, a agência regulatória europeia também afirmou que os desenvolvedores da Sputnik requisitaram que ela entrasse em revisão contínua, um procedimento adotado em emergências que permite ir avaliando os dados enquanto o desenvolvimento ainda está em andamento. Isso agiliza o procedimento formal de autorização para introdução no mercado.

Após a publicação do desmentido da Sputnik V, a EMA afirmou à Folha que todas as suas declarações se mantinham.

mão com anel no dedo mindinho segura ampola e outra mão segura uma caixa; ao fundo, um rosto com máscara verde clara
Enfermeiro iraniano nostra ampola da vacina Sputnik V, que começou a ser aplicada no país asiático nesta terça (9) - Atta Kenare - 9.fev.2020/AFP

De acordo com balanço atualizado no site da EMA, no momento estão sendo avaliadas as vacinas da Novavax e da Janssen.

Embora ainda não tenha sido autorizada pelo bloco, a vacina russa já está sendo usada na União Europeia, pela Hungria, que aprovou seu uso emergencial, mesmo sem ela ter sido autorizada pela EMA. A União Europeia, porém, reafirmou nesta quarta que não pretende comprar nem distribuir o produto russo.

No Brasil, a Sputnik V também está no centro de uma polêmica política, após MP que reduz para cinco dias o prazo de aprovação, pela Anvisa, de vacinas aprovadas por agências regulatórias de vigilância sanitária de outros países.

A proposta inclui órgãos dos Estados Unidos, União Europeia, Japão, China, Rússia e Argentina, o que permitiria agilizar a concessão de autorização para a Sputnik V. Objeto de intenso lobby político, a vacina do Instituto Gamaleya tem sido vista como nova aposta do governo federal. A Anvisa criticou a tentativa de acelerar a aprovação do imunizante.

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