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Brasil tem 2.736 mortes por Covid em 24 h e bate recorde de média móvel de óbitos e de casos

País completa 19º dia seguido de recorde na média de mortes, que já passa de 2.000; nesta quarta, foram mais de 90 mil casos da doença

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São Paulo

O Brasil, mais uma vez, bate tristes recordes na pandemia da Covid, sem perspectivas de um panorama melhor. O país registrou 2.736 mortes por Covid, nesta quarta-feira (17), o segundo maior valor registrado na pandemia, e completou 19 dias seguidos de recordes na média móvel de óbitos, que agora chegou a 2.031.

O recorde de mortes ocorreu na terça (16), com 2.798 óbitos, número de vidas perdidas comparável aos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York.

Agora também já são 56 dias seguidos com média móvel de mortes acima de 1.000, o que demonstra a gravidade contínua da situação.

O país também bateu recorde de casos de Covid, com o registro de 90.830 infecções. O maior valor anterior, de 84.977, em 8 de janeiro de 2021, ocorreu por causa de uma anormalidade gerada por represamento e atualização de dados do Paraná, que adicionou óbitos e casos ocorridos em outras datas.

Com os dados desta quarta, o país chegou a 285.136 óbitos e a 11.700.431 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.

Prédio visto à noite com projeção verde e roxa em uma de suas paredes
A frase "Luto, 280 mil mortos" é projetada no prédio do Ministério da Saúde - Ueslei Marcelino/Reuters

O Brasil recentemente ultrapassou a média móvel de mortes dos EUA, país que tem o maior número de óbitos e casos de Covid no mundo e uma população maior que a brasileira. Os americanos têm visto uma redução constante da Covid desde a posse do presidente democrata Joe Biden e com a avanço da vacinação.

Enquanto isso, o Brasil vive o pior momento da pandemia. As políticas nacionais de coordenação para enfrentamento são frágeis e a vacinação avança muito lentamente.

Em mais um boletim extraordinário, o Observatório Covid-19, da Fiocruz, aponta para o momento de catástrofe no país.

O texto aponta que em quase todo o país se vê que os sistemas de saúde estão em situação crítica ou de colapso, "sendo incapaz de atender às necessidades de todos os pacientes graves e levando os trabalhadores da saúde a situações de exaustão, estamos próximos ou diante de uma catástrofe".

Segundo o observatório, 24 estados e o Distrito Federal têm taxas de ocupação de UTI iguais ou maiores que 80%. Quinze deles têm taxas iguais ou superiores a 90% de ocupação.

Já nas capitais, 25 das 27 têm taxas de ocupação de UTI superiores a 80% e 19 deles estão com lotação maior que 90%. "A situação é absolutamente crítica", afirma o boletim.

​Minas Gerais teve recorde de mortes em 24 horas, 314. Na terça, o estado teve registros abaixo do padrão que vinha apresentando. São Paulo, com 617 mortes, ficou próximo ao recorde (679) alcançado na terça (16).

O consórcio de imprensa também atualizou as informações repassadas sobre a vacinação contra a Covid-19 por 24 estados e pelo Distrito Federal.

Prédio visto à noite com projeção verde e roxa em uma de suas paredes
A frase "Luto, 280 mil mortos" é projetada no prédio do Ministério da Saúde - Ueslei Marcelino/Reuters

Já foram aplicadas no total 14.630.108 doses de vacina (10.713.615 da primeira dose e 3.916.493 da segunda dose), de acordo com as informações disponibilizadas pelas secretarias de Saúde.

Isso significa que somente 6,66% dos brasileiros maiores de 18 anos tomaram a primeira dose e só 2,43%, a segunda.

Nas últimas 24 horas, 324.538 pessoas tomaram a primeira dose da vacina e 125.296, a segunda.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.​​​​​

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