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Com agravamento da pandemia, São Paulo volta a restringir consultas e exames na rede municipal

Medida começa a valer nesta segunda (8) e mobiliza a atenção básica para casos de urgência e emergência

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São Paulo

Em razão do agravamento da pandemia, a prefeitura de São Paulo vai voltar a restringir o atendimento presencial para consultas, exames e procedimentos em unidades da rede de atenção básica do município, como os postos de saúde.

A medida começa a valer a partir desta segunda-feira (8), segundo decreto publicado no Diário Oficial da Cidade de sábado (6), que estabelece como UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e Caps (Centros de Atenção Psicossocial), entre outros equipamentos de saúde, devem organizar seu funcionamento.

No último dia 5, a prefeitura já havia cancelado as cirurgias eletivas –quando não há urgência— nos hospitais da cidade, na tentativa de disponibilizar mais leitos para tratamento dos pacientes com Covid-19.

Os profissionais de saúde da atenção básica, segundo o decreto, deverão estar disponíveis para atendimentos de urgência e emergência relacionados ou não aos casos de Covid-19, aumentando assim a disponibilidade de profissionais para estas demandas.

Até este domingo (7), a capital registrava 77% de ocupação dos leitos de UTI e 70% das vagas de enfermaria, ambos para tratamento de coronavírus. No total, 1.623 doentes infectados estavam internados na cidade, sendo 892 em leitos de cuidados intensivos.

Serão mantidas consultas presenciais de pré-natal para gestantes; puérperas; recém-nascidos e crianças; pacientes crônicos com menos de 60 anos, como diabéticos e hipertensos graves; e idosos com doenças de risco e em alta vulnerabilidade.

Também continuará a ser feito o acompanhamento para pacientes com doenças infectocontagiosas, como tuberculose, sífilis e HIV.

Serviços como coleta de exames, curativos, aplicação de medicação e vacinação não terão alteração no funcionamento, bem como as farmácias, que ficarão abertas para retirada de medicamentos durante todo o horário de funcionamento das UBSs.

Já os atendimentos conveniados e contratualizados pela prefeitura de assistência oncológica, serviços cardiológicos de urgência e de terapia renal, também ficam mantidos.

Será priorizado o teleatendimento no caso de pacientes que necessitem de terapias com fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista, entre outros. Caso haja a necessidade de atendimento presencial, ele será feito de maneira a evitar aglomeração nos espaços de espera.

Atendimentos coletivos, como grupos de atividades físicas, por exemplo, estão suspensos, podendo ser realizados de forma virtual.

O atendimento domiciliar a pacientes por equipes como Emad (Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar) vai priorizar atendimento de casos mais graves, monitorando todos por teleatendimento.

O decreto ainda determina que o atendimento domiciliar seja reforçado em casos de pessoas que receberam alta de internações, a fim de “contribuir com a rotatividade dos leitos hospitalares e a diminuição da ocupação hospitalar”.

Em 2020, a prefeitura já havia suspendido consultas, exames e procedimentos em 20 de março, menos de um mês após a descoberta do primeiro caso de Covid-19 no país. O agendamento foi retomado em junho.

Em agosto, quase 457 mil pessoas aguardavam na fila de espera por uma consulta de especialidade e mais de 204 mil, por exames na capital.

Segundo dados apresentados pelo secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, na prestação de contas da pasta à Câmara dos Vereadores, no fim de fevereiro, em 2020, a capital teve uma redução de 8 milhões de consultas na rede de atenção básica, uma queda de 29,1 %, em relação a 2019.

Redução nas consultas*

  • 2015 - 23.526.062
  • 2016 - 25.360.885
  • 2017 - 26.455.037
  • 2018 - 26.333.954
  • 2019 - 27.228.140
  • 2020 - 19.280.686

*inclui consultas médicas em atenção básica, atenção especializada e urgência e emergência

Fonte: Prestação de Contas da Secretaria Municipal da Saúde

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