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Contra a Covid-19, Campinas deve adotar fase mais restritiva que a vermelha

Embora número de leitos de UTI tenha aumentado desde janeiro, ocupação permanece acima dos 80%

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Americana (SP)

A Prefeitura de Campinas deve anunciar até terça-feira (2) a adoção de medidas restritivas mais severas do que as previstas na fase vermelha do Plano São Paulo, diante do contínuo aumento do número de casos de Covid-19 e da ocupação de leitos de UTI acima de 85% mesmo com a abertura de novas vagas.

"A gravidade da doença neste momento é extrema", afirmou o secretário municipal da Saúde, Lair Zambon, em entrevista à Rádio Brasil Campinas.

"Entre hoje e amanhã serão tornadas públicas novas medidas, o que inclui a possibilidade de Campinas entrar na fase vermelha, e talvez a gente faça alguma coisa acima da fase vermelha", acrescentou o secretário, que não quis dar mais informações.

Na segunda-feira passada (22), o prefeito Dário Saadi anunciou a adoção da fase vermelha entre 21h e 5h, período no qual apenas serviços essenciais foram autorizados a funcionar. "Os dados que a Vigilância demonstrou exigem uma postura mais firme no combate à pandemia”, afirmou na ocasião.

O decreto que instituiu a fase vermelha noturna expirou nesta segunda, quando a cidade passou a ser classificada na fase laranja conforme decisão do governo do estado anunciada na sexta (26/2), e não será prorrogado.

Na fase laranja, o comércio em geral e restaurantes pode funcionar por oito horas entre 6h e 20h, com capacidade de 40%, sem período de tolerância. Já os bares não podem ter atendimento presencial.

De janeiro até agora, Campinas teve um aumento de 37% no número de casos e de 26,8% no número de mortes por Covid-19, chegando a 69.906 e 1.872, respectivamente.

Embora o número de leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19 tenha aumentado de 226 para 288 entre 4 de janeiro e 26 de fevereiro (alta de 27,4%), a taxa de ocupação subiu –ela era de 82,7% e agora está em 90,7%. Na rede pública municipal, a ocupação dos leitos chega a 97,5%, com apenas três deles disponíveis. A taxa é de 70% na rede pública estadual e 89,4% na rede privada.

"Somente a ampliação da rede de assistência, o aumento do número de leitos, não será suficiente para conter a pandemia. Faço um apelo para que todos evitem aglomerações e ir a festas e baladas, usem máscaras e tomem todas as medidas necessárias”, afirmou Saadi.

De acordo com o Zambon, a prefeitura está com dificuldades para abrir novos leitos de UTI devido à falta de mão de obra e de locais apropriados.

"Infelizmente as pessoas continuam não cooperando, não usando máscara e não tomando cuidado. Se as pessoas necessitarem de UTI na cidade, tanto [na rede] pública como na privada, terão problemas, só para as pessoas entenderem a gravidade da doença."

"Nosso maior problema neste momento é um espaço físico que leve segurança e ao mesmo tempo a captação de recursos humanos. Montar uma estrutura de UTI é extremamente complexo, [é] extremamente complicado [obter] essa mão de obra no mercado ou porque estão muito cansados ou porque não tem", afirmou.​

Como sede do Departamento Regional de Saúde 7, Campinas recebe pacientes de outros municípios da região com menor estrutura de saúde.

As aulas presenciais na rede municipal de Campinas seriam retomadas nesta segunda, mas foram adiadas.

O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) anunciou nesta segunda que o número de escolas públicas e privadas de Campinas que tiveram casos confirmados ou suspeitos para Covid-19 subiu de 30 para 58. O dado leva em conta o período entre os dias 15 e 26 de fevereiro.

Segundo o Devisa, em 39 escolas houve casos confirmados ou suspeitos da doença entre alunos e funcionários. Já em outras 19 escolas está havendo um acompanhamento para investigar um surto da doença, sendo 12 públicas e sete particulares.

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