Descrição de chapéu Coronavírus

Doria anuncia vacinação de idosos com 70 e 71 anos e abertura de hospital de campanha em SP

Governador afirmou que está fechando contrato com outro laboratório internacional, sem dar detalhes

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São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta segunda-feira (15) que a vacinação contra a Covid-19 de idosos com 70 e 71 anos começará no próximo dia 29 de março, daqui a duas semanas. Nesta segunda, teve início a imunização de idosos com mais de 75, e na próxima (22) será a vez dos idosos com mais de 72 anos.

Doria afirmou ainda que negocia com um outro laboratório internacional a compra de vacinas contra a Covid para o estado de São Paulo —foi o tucano quem fechou acordo com a fabricante chinesa Sinovac para importação da Coronavac, a vacina majoritariamente aplicada no país. No mês passado, o Supremo Tribunal Federal autorizou que governadores e prefeitos comprem e distribuam vacinas à parte do governo federal.

O governado, no entanto, não disse o nome do laboratório nem deu detalhes do acordo. "Estamos tratando com mais um laboratório internacional além do Instituto Butantan", disse. "É que, se revelarmos isso [o nome], sabemos que o governo federal vai em cima deste laboratório para hostilizá-los, intimidá-los e proibir que vendam vacinas para São Paulo. Então só vamos revelar no momento oportuno, com contrato feito, vacinas embarcadas e data de chegada das vacinas aqui em São Paulo", afirmou.

O governo paulista entregou nesta segunda mais 3,3 milhões de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde, que farão parte do PNI (Programa Nacional de Imunizações) e serão distribuídas entre os estados.

Com a entrega da remessa de vacinas desta segunda, o total de unidades da Coronavac repassadas pelo governo de São Paulo ao Ministério da Saúde chega a 20,6 milhões. Na próxima quarta (17), serão entregues mais 2 milhões de doses.

Na próxima semana, o Instituto Butantan, que fabrica o imunizante no país, deve entregar mais 5,2 milhões de doses do imunizante, e na outra semana serão mais 8,4.

Diante do iminente colapso do sistema se saúde estadual, o governo paulista anunciou a abertura de um novo hospital de campanha no centro da capital paulista para atender os pacientes internados com Covid-19.

O hospital terá 180 leitos, sendo 50 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 130 de enfermaria. O hospital ficará em um espaço cedido por um empresário sem ônus, segundo o governador, no bairro de Santa Cecília, na região central, e trabalharão lá 900 funcionários.​

A ocupação de leitos de UTI no estado de SP chegou a 88,4%, com 10.244 internados. Há três semanas, em 22 de fevereiro, era de 66%, com 6.410 internados, segundo os números do governo paulista. "Uma média de 180 novos pacientes diariamente sendo acolhidos pelo nosso sistema de saúde", segundo o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn.​ No mesmo período, a ocupação de UTIs na Grande São Paulo saltou de 68,8% para 90%

Com o avanço da doença no estado, começa nesta segunda-feira a fase emergencial do Plano São Paulo, ainda mais restritiva, com toque de recolher e limites a serviços essenciais.

Apesar de sugestão do governo paulista para que haja escalonamento nos setores econômicos para evitar a lotação do transporte público, a cidade amanheceu com ônibus, metrôs e trens cheios.

O governo afirma que está fechando um acordo com associações de mercados, empresas de call center e indústrias para que mudem os horários de entrada dos funcionários a fim de evitar aglomerações.

O governo afirma que as restrições da fase emergencial, que proíbe cultos coletivos, jogos de futebol e até a retirada de comida em restaurantes (que devem funcionar apenas com entrega), podem tirar 4 milhões de pessoas das ruas.

O estado todo já está na fase vermelha há nove dias, um nível abaixo da fase emergencial, com capacidade de retirar 1,7 milhão das ruas, mas ainda não viu redução nos índices da pandemia, o que é esperado, segundo o governo, já que as restrições costumam apontar efeitos em duas semanas.

Doria criticou as aglomerações vistas no fim de semana, inclusive em dois cassinos clandestinos —em um deles estava o jogador Gabigol, do Flamengo. "Só aqui na capital, 62 eventos foram fechados, inclusive dois cassinos. Inacreditável. Em meio à pandemia, gente brincando em cassino, atividade ilegal, proibida por lei, de divertindo e bebendo sem máscaras. E que péssimo exemplo, hein, de alguns personagens, que lá foram e se esconderam embaixo da mesa de jogo", afirmou.

O governador voltou a criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro pela gestão da pandemia e se queixou dos protestos de que foi alvo no fim se semana.

"Me sinto revoltado diante de uma circunstância como essa de um governo que compra cloroquina e não compra vacina. De um governo que ativa o gabinete do ódio para promover manifestações em todo o Brasil contra governadores que estão defendendo a existência, a vida e a saúde dos brasileiros", disse ele, que afirmou que sua família foi vítima de ameaças e xingamentos.

"Como governador, vou deixar claro, não vou silenciar. E quero deixar claro também que não tem nenhum interesse eleitoral, nenhum processo eleitoral, político, partidário. É o meu direito como cidadão protestar diante de uma tragédia que se abate sobre o país. Até o final deste mês serão 300 mil brasileiros mortos, e o presidente da República se divertindo, brincando, passeando, andando de jet ski, fazendo churrasquinho em casa, enquanto os brasileiros padecem sem vacina e morrem pelo Brasil."

Segundo o governo paulista, a União não retomou o pagamento dos leitos de UTI homologados, conforme determinou a ministra do STF Rosa Weber, e SP tem deixado de receber R$ 245 milhões por mês.

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