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Toque de recolher não para ciclistas e corredores na av. Paulista

Medida do governo do estado prevê que entre 20h e 5h apenas serviços essenciais funcionem

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São Paulo

Nas primeiras horas do toque de recolher em São Paulo, avenidas centrais da cidade ainda tinham pessoas andando de bicicleta, correndo ou passeando com cachorros. Algumas, inclusive, sem máscara de proteção.

Todo o estado de São Paulo entrou em toque de recolher a partir das 20h desta segunda (15), até 5h. A orientação do governo João Doria (PSDB) é que a população só saia neste horário para trabalhos essenciais ou emergências de saúde.

No entanto, até por volta de 22h, ainda havia bastante movimento de pessoas em vias, como as avenidas Paulista e Sumaré. Grupos de ciclistas sem máscara continuavam circulando, pessoas se exercitavam nas calçadas.

"Viemos correr como temos feito nos últimos meses. Não acho que está errado porque não é uma aglomeração", disse a estudante Luiza Dias, 22, que corria na avenida Paulista por volta das 21h com o namorado.

Movimento na avenida Paulista após as 20h, quando teve início toque de recolher determinado pelo governo do estado - Eduardo Anizelli/ Folhapress

No momento mais crítico da pandemia, o toque de recolher foi decretado para evitar a circulação de pessoas. Não há multa para quem descumprir, mas a polícia pode abordar qualquer um para questionar onde está indo e encaminhar para casa.

Vanessa Miguel, 21, atendente em uma farmácia, em Pinheiros, estava apreensiva com a volta para casa, em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, ao final do expediente às 23h. "Tenho medo de ter menos ônibus circulando ou de ser assaltada por as ruas estarem muito vazias, mas entendo que a restrição é necessária."

Policiais militares fazem blitz na praça Silvio Romero (zona oeste) - Ronny Santos/ Folhapress

O porteiro Adolfo Soares, 55, estava com uma declaração do trabalho na carteira para apresentar aos policiais, caso fosse abordado. Ele começa o expediente às 22h e precisa sair de casa, em Pirituba, às 20h para chegar a tempo.

"Fiquei surpreso de ver a quantidade de gente na rua. Achei que as pessoas estariam mais conscientes diante da gravidade da situação.”

Ele conta que, nos últimos meses, só tem saído de casa para ir ao trabalho e evita até mesmo ir a supermercados. No ônibus para ir ao trabalho, diz tentar manter distância dos demais passageiros e evitar os horários de pico.

“É triste ver que nem todo mundo está levando a sério, pessoas que poderiam ficar em casa e mesmo assim continuam saindo”, disse.

O frentista Manuel Gomes, 48, também ficou surpreso com o movimento de pedestres na avenida Angélica, na região central da cidade, na noite desta segunda. “O volume de carros na rua está menor, mas não mudou nada entre quem sai para fazer esporte, andar com cachorro."

A circulação de carros nas principais avenidas, no entanto, estava menor que em outros dias. Os ônibus também circulavam com poucos passageiros, na região central, a maioria tinha poucos assentos ocupados e ninguém em pé.

Supermercados e farmácias, que podem manter o horário normal de funcionamento, sem consumo no local, mantiveram a abertura até 22h ou 23h. Funcionários relataram que o movimento estava menor do que em dias anteriores.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que as ações de policiamento e fiscalização foram intensificadas com um número maior de policiais nas ruas para o cumprimento das regras vigentes durante a fase emergencial.

“Com isso, os programas de patrulhamento preventivo e ostensivo ampliaram suas atividades, assim como o uso de mensagens informativas à população, os pontos de policiamento e as demais ações a fim de garantir o respeito às normas e a legislação vigente”, diz.

O toque de recolher no estado deve valer, inicialmente, até 30 de março. Com o contínuo aumento de casos e a pressão no sistema de saúde, o governador disse nesta segunda que não descarta endurecer ainda mais as restrições, com a possibilidade de lockdown (confinamento).

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