Descrição de chapéu Coronavírus

Um dia após reunião de pacificação, Bolsonaro volta a criticar prefeitos e governadores

Em cerimônia para anunciar medidas para Santas Casas, presidente condenou decretos que fecham comércio

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Brasília

Um dia após reunir autoridades federais e estaduais para um encontro de pacificação em torno do combate à Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar prefeitos e governadores nesta quinta-feira (25).

Em cerimônia no Palácio do Planalto para anunciar apoio a Santas Casas e hospitais filantrópicos, Bolsonaro anunciou outras medidas do governo para enfrentar a crise econômica decorrente da pandemia.

"É o governo mostrando sua sensibilidade, sabendo que o desemprego, o fechamento de empresas parte diretamente de quem pratica o lockdown", disse Bolsonaro.

Ao falar do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte​) , o presidente voltou a criticar medidas restritivas que estão sendo adotadas por prefeitos e governadores para tentar conter a disseminação do novo coronavírus.

"Também [há] o nosso Pronampe, que foi idealizado lá atrás pelo senador Jorginho Mello, de Santa Catarina, que vai atender, entre outras categorias, o pessoal de bares e restaurantes, que tem sofrido muito com decretos estaduais e municipais que tem fechado este comércio", afirmou o presidente.

No dia anterior, em uma tentativa de materializar a guinada de discurso que adotou em relação à pandemia, Bolsonaro anunciou a criação de um comitê para coordenar as ações de enfrentamento à crise sanitária.

A reunião teve, além de Bolsonaro, a maioria de seus principais ministros, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, além de governadores alinhados ao Palácio do Planalto.

Bolsonaro foi cobrado a promover mudanças em sua postura, a partir de agora, no combate à pandemia do novo coronavírus.

Os pedidos foram para que o presidente adote uma retórica pacifista, evitando embates com gestões estaduais e municipais, que conceda autonomia para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atue como porta-voz do combate à doença e que leve em consideração a posição da comunidade científica sobre tratamento precoce.

As cobranças foram feitas por governadores presentes, mas receberam o respaldo de autoridades federais. Segundo relatos feitos à Folha, Bolsonaro, que adotou no encontro uma retórica moderada, não respondeu às demandas dos gestores estaduais, mas sinalizou que Queiroga terá autonomia de atuação.

Na cerimônia, Bolsonaro disse que 2020 foi um ano muito difícil para todos, mas que "​é na dificuldade que um governo mostra sua força".

Além de elencar medidas econômicas adotadas no ano passado, Bolsonaro lembrou que em abril começará a ser paga a nova rodada do auxílio emergencial.

O presidente anunciou o adiamento do vencimento de impostos para quem paga pelo Simples Nacional, cerca de R$ 27 bilhões, segundo Bolsonaro.

Ao anunciar que o BEM (Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda), pago a quem teve redução de jornada e salário no ano passado em função da pandemia, voltaria a ser pago neste ano, Bolsonaro se atrapalhou no discurso.

Primeiramente, ele falou que, com o benefício, estaria "fazendo com que aproximadamente 11 milhões de pessoas percam o seu emprego". Ao se dar conta do equívoco, corrigiu-se de imediato: "Não percam seu o emprego".

Bolsonaro disse ainda que, com a aprovação do Orçamento 2021, seria possível antecipar até mesmo para esta semana o pagamento da primeira parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS, algo em torno de R$ 50 bilhões, de acordo com o presidente.

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