Descrição de chapéu Coronavírus

Vacinação em clubes particulares de São Paulo tem pouca (ou nenhuma) fila

Na Hebraica, na zona oeste da capital, motorista levava três minutos para receber o imunizante e sair

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São Paulo

​​Ansiosa para se vacinar contra o coronavírus, a professora aposentada Ana Maria Câmara, 76, pegou o carro na manhã desta segunda-feira (15) e seguiu para o clube Hebraica, na zona oeste da capital paulista. Ao chegar, se surpreendeu —positivamente. “Esperava pelo menos um pouco de fila”, conta ela, que levou três minutos entre a entrada e a saída.

A Hebraica disponibilizou um de seus estacionamentos para a campanha. Por volta das 11h30, nem quatro dos 12 guichês para vacinação drive-thru ficavam com carro ao mesmo tempo. O administrador Artur Trejger, 40, que levou o pai, o advogado Marcos, 75, para receber a primeira dose da Coronavac, também achou o processo muito simples e rápido.

E, assim como Ana Maria, ele ficou sabendo que a Hebraica estava funcionando como posto por amigos. “Foram conhecidos nossos da comunidade judaica que contaram que teria vacinação aqui”, diz Artur.

Ana Maria tomou conhecimento por uma amiga, que já tinha se vacinado no local. “Faltou uma divulgação mais ampla”, afirma.

Faltou mesmo. De órgão oficial, apenas o site da prefeitura traz a lista dos postos drive-thru. O site Vacina Já, criado pelo governo paulista como uma ferramenta para informar a população, tem um mapa com os locais de vacinação, mas quem tenta descobrir onde pode se imunizar por ali não encontra esses locais.

Procurado, o governo afirmou que "o site Vacina Já elenca as salas de vacinação fixas de São Paulo" e que "estratégias diferenciadas realizadas pelos municípios, a exemplo de drive-thru, são definidas por cada prefeitura, que disponibiliza em seus sites e canais oficiais os endereços e dinâmicas de funcionamento para consulta pública e orientação ao cidadão".

Além da prefeitura, a Hebraica também fez publicações em canais como e-mail marketing, WhatsApp e redes sociais. “O clube cumpriu com seu dever de cidadania abrindo as portas para que o poder público conseguisse vacinar mais rápido e um número maior de pessoas”, afirma explica Daniel Leon Bialski, presidente do clube.

Nos clubes Paulistano e Monte Líbano, a situação era um pouco diferente: não era zero fila, mas a espera era pequena. No Paulistano, houve um pico pela manhã, momento em que quem chegava de carro esperava de 40 minutos a 1 hora; mais tarde, por volta das 16h, a fila para carros era de cerca de 15 minutos. Já quem estava a pé —há a possibilidade no local— levava menos de 15 minutos.

Os idosos que buscavam a vacina nesse clube também ficaram sabendo por redes sociais —inclusive a do Paulistano— e placas na rua .

“Moro aqui perto e tinha visto as faixas”, conta o arquiteto Sergio Vieira de Souza, 75. “Se fosse demorar, eu voltaria depois, mas não precisei. Foi bem rápido.”

Alguns avisos foram colocados pelo próprio clube, que também disponibilizou colaboradores para ajudar na campanha. "Desde o início da pandemia, o Paulistano se colocou à disposição para contribuir no combate à Covid-19", informou o clube.

Quem chegava ao Monte Líbano, onde só havia a opção drive-thru, podia se assustar com a fila de carros virando a esquina na avenida República do Líbano, mas ela andava rapidamente. “Todo o processo demorou uns 20 minutos”, conta Elza Maruyama. “Dei sorte, achei que teria mais gente.”

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