Os vereadores da cidade de São Paulo buscam contemplar suas bases eleitorais entre as prioridades de imunização em um lote de vacinas que a gestão Bruno Covas (PSDB) pretende comprar.
A exigência definida pelo presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), é que sejam categorias que tenham contato com o público.
A gestão Covas negocia a compra de 5 milhões da Janssen, produzida pela farmacêutica do grupo Johnson&Johnson.
Os vereadores pretendem incluir as categorias entre as prioridades em um projeto já aprovado sobre o Hospital 9 de Julho. Com isso, a proposta só precisaria ser aprovada em segunda votação.
Entre as categorias citadas já são funcionários públicos, motoristas de ônibus, motoristas de táxi, motofretistas, sepultadores, coletores de lixo, entre outros.
O projeto teria caráter autorizativo, isto é, não seria uma imposição ao prefeito Bruno Covas.
"É um contingente que não chega a 200 mil pessoas, um número razoável dentro do total de 5 milhões de doses de vacinas que estão sendo negociadas pela prefeitura", disse Leite.
Leite, por exemplo, tem entre a sua base trabalhadores do setor do transporte público. Ele citou a categoria, junto com o funcionalismo. "São categorias que têm contato humano muito grande. Isso pode ajudar a cidade voltar à normalidade", disse, que fez um post em rede social dirigido aos motoristas e cobradores de ônibus, citando a proposta.
Adilson Amadeu (DEM) afirmou ser a favor de incluir os taxistas, sua base eleitoral. "O táxi é, por definição, um serviço de interesse público, assim como o transporte coletivo. Diariamente, em condições normais, os cerca de 40 mil motoristas chegam a transportar meio milhão de passageiros. O pedido de inclusão preferencial da categoria é, antes de tudo, uma questão de interesse coletivo da cidade e dos usuários do sistema", disse.
O vereador Camilo Cristófaro (PSB) pediu a inclusão de motofretistas e forças de segurança. Sandra Tadeu (DEM) pediu a inclusão de coletores de lixos e sepultadores.
O PSOL tinha uma emenda para a inclusão de professores, que não foi aprovada. Agora, a categoria deve ser incluída. "A minha alegria absoluta de ver avançar nessa Câmara a priorização para funcionários públicos", disse Luana Alves (PSOL).
Os vereadores tiveram reunião com o secretário da Saúde, Edson Aparecido, em que o assunto foi citado. Além disso, vereadores fizeram diversos questionamentos sobre o assunto e pediram para a gestão mudar o nome dos hospitais para pacientes de coronavírus, denominados pela prefeitura como "hospitais de catástrofe".
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