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Prefeitura de SP divulga índice próprio de isolamento para justificar antecipação de feriados

Diferentemente do dado divulgado pelo governo, número da gestão Covas mostra aumento de isolamento em recesso

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São Paulo

A gestão Bruno Covas (PSDB) apresentou nesta quinta-feira (8) um índice próprio do nível de isolamento na cidade de São Paulo, diferente do elaborado pelo governo do estado, para justificar o “sucesso absoluto”, nas palavras do secretário de Governo Rubens Rizek, da antecipação de feriados na cidade.

A medida tomada pelo prefeito da capital paulista antecipou cinco feriados deste e do próximo ano em um recesso de dez dias na tentativa de conter a circulação de pessoas para frear o avanço da Covid-19 no pior momento da pandemia.

A antecipação, no entanto, foi criticada por prefeitos de cidades do litoral com medo de uma invasão de turistas —o que de fato foi registrado em diferentes cidades. A decisão também provocou rusgas entre Covas e o governador João Doria (também do PSDB) e, segundo números do governo estadual, foi pouco efetiva.

O governo do estado divulga diariamente desde o início da pandemia um índice de isolamento com base em dados de deslocamentos de celulares. Esse indicador mostrou pouca variação nos dias do recesso antecipado em relação às semanas anteriores.

Mas a prefeitura, nesta quinta, apresentou um índice próprio de isolamento “com as especificidades de São Paulo", segundo Rizek, com quatro indicadores: número de passageiros nos ônibus da cidade, quantidade de carros nas ruas, estimativas de lentidão no trânsito e dados de notas fiscais eletrônicas de serviços prestados presencialmente, como estacionamentos, oficinas e cartórios.

Segundo os dados apresentados pela gestão Covas, o nível de isolamento estava na casa dos 40% até o fim de fevereiro, subiu para a faixa dos 60% nos períodos mais restritivos de fase vermelha e emergencial no estado de SP, e chegou a 81% no recesso antecipado.

Com esse critério, o isolamento fica muito acima do aferido pelo governo, de menos de 50%.

Os dados apresentados pela administração paulistana mostram que a taxa de ocupação das UTIs na cidade está em 89%; nas enfermarias é de 84%, e nos pronto-socorros, 81%. Ainda que em patamar elevadíssimo, esses números estão estabilizados desde 3 de abril, segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido. Somando as três modalidades, há 2.532 pessoas internadas na cidade.

Aparecido afirmou também que há hoje 109 pessoas intubadas nas Upas (Unidades de Pronto-Atendimento) e pronto-socorros na cidade.

A expectativa da prefeitura é que ainda haja pelo menos mais 15 ou 20 dias de forte pressão sobre o sistema de saúde municipal.

Covas não anunciou mais medidas para conter o avanço da Covid. Questionado, afirmou que o governo paulista precisa decidir se vai prorrogar ou não a fase emergencial no estado, anúncio que deve ser feito nesta sexta (9).

A gestão municipal anunciou ainda o início da campanha de vacinação contra a gripe, que, neste ano, deve começar por crianças e gestantes para não coincidir com a imunização de idosos contra a Covid-19.

A campanha começa na próxima segunda (12), e essa primeira etapa, com crianças, vai até 10 de maio. A partir daí e até 8 de junho serão vacinadas as pessoas com mais de 60 anos e professores, e depois entram os outros grupos.

Segundo a prefeitura, a prioridade deve ser tomar a vacina contra a Covid-19 para os grupos que já podem receber o imunizante, que devem aguardar 14 dias antes de se imunizar contra o influenza. Também deve esperar para tomar a vacina contra a gripe quem está ou teve Covid há menos de 28 dias.

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