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Queiroga adia fim de imunização contra Covid do grupo prioritário para setembro

Cronograma previa conclusão do grupo em maio; ministério apresentará novo plano de datas

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Brasília

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, revisou o calendário de vacinação contra a Covid-19 e adiou o fim de imunização do grupo prioritário em quatro meses, de maio próximo para setembro. A informação foi divulgada em entrevista coletiva nesta quarta-feira (21).

Na estimativa do Ministério da Saúde, fazem parte do grupo prioritário 77,2 milhões de pessoasno Brasil.

“A previsão é que isso ocorra antes, até porque o esforço [em obter mais contratos] deve resultar em novas doses de vacina. Não posso dizer taxativamente que tenhamos 40 milhões, 35, milhões e 45 milhões em maio porque depende da chegada de insumos no Brasil.”

A Folha já havia mostrado em reportagem que o cronograma mais recente publicado, de março, esbarrava em entraves como a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a entrega de insumos para a produção do imunizante e na própria falta de contratos selados, além de um grande gargalo de entregas agravado pelo fato de o governo brasileiro ter demorado a negociar com múltiplos fornecedores.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello havia previsto em 15 de março que o grupo seria vacinado até o mês de maio. "É provável que em maio já tenhamos vacinado os grupos prioritários. A partir daí, são todas as outras idades e grupos sociais", disse na época.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fontana, explicou que todo esse grupo deve receber a primeira dose até a primeira quinzena de junho e a segunda até setembro —a vacina da Astrazeneca e da Universidade de Oxford, uma das duas usadas no Brasil por ora, exige três meses de intervalo entre as doses, enquanto outro imunizante, a Coronavac (Instituto Butantan e Sinovac), exige três semanas.

Ela explicou que existem fatores que podem interferir, como a entrega das vacinas por parte dos produtores. Para tratar da questão, disse que toda semana há reunião com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Fiocruz e Butantan.

“Anteriormente não tinha sido divulgado um cronograma final de vacinação dos 77,2 milhões de brasileiros devido à irrregularidade das entregas. Nesse momento, estamos com uma entrega mais regular. Faz diversas semanas que a gente encaminha sempre um quantitativo”

Francieli afirmou que uma nova versão do plano será divulgada nesta semana. Nela, os trabalhadores da limpeza urbana entrarão no grupo prioritário.

A coordenara disse ainda que as gestantes que estão contempladas para receber a vacina contra a Covid-19 são as que já estão dentro de um dos grupos prioritários por ter alguma comorbidade associada.

Diante do aumento das mortes por Covid enre grávidas e puérperas, a pasta estuda que todas as gestantes possam fazer parte do grupo. Não há por ora, entretanto, estudo que assegure a segurança da vacina durante a gestação.

Nesta quarta-feira (21), o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski deu cinco dias para que o governo federal preste informações sobre o cronograma de recebimento de doses de vacinas para Covid-19.

Queiroga disse que o calendário seria atualizado dentro do prazo estabelecido pelo ministro do STF.

Na entrevista, Queiroga celarou ainda que está prevista a chegada de 1,5 milhão de medicamentos do chamado "kit intubação" até maio, com a primeira remessa desse lote na próxima semana. Com a lotação das UTIs com doentes de Covid, medicamentos como relaxantes musculares e sedativos começaram a escassear ou mesmo faltar em alguns hospitais.

O ministro afirmou que atua diferentes frentes para conseguir mais medicamentos do kit, incluindo um pregão internacional sem fixação de preço para a aquisição de novos insumos. “Temos adotado uma série de ações para aumentar a oferta. Também contamos com o apoio da indústria nacional, OMS/OPAS, e com a solidariedade de outros países que farão doações dos insumos ao Brasil”.

Queiroga disse que pedirá a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) para fazer uma avaliação do Regn-Cov2, medicamento aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para casos leves e moderados da Covid-19.

Ele explicou que a comissão faz uma análise de incorporação do medicamento ao SUS, avaliando qualidade científica e disponibilidade econômica. O prazo máximo para o parecer é de 180 dias.

“Esse medicamento pode ser só uma novidade, o que a Conitec irá fazer é separar o que é novidade e o que é inovação. Inovação é o que pode mudar a história natural das doenças, é um medicamento novo e precisamos saber mais.”

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