Secretário da Educação de SP negocia vacina Pfizer para jovens com comorbidades

Fora do plano de vacinação, jovens de 16 a 18 anos têm se mobilizado para receber imunizante e poder retomar atividades

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São Paulo

O secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, negocia a inclusão de jovens de 16 a 18 anos com comorbidades na vacinação contra a Covid-19, com o imunizante da Pfizer.

Ele se reuniu com dirigentes da fabricante no último dia 18 e, nesta quarta-feira (26), encaminhará um ofício para o Ministério da Saúde, pleiteando que esse grupo seja incluído no PNI, o Programa Nacional de Imunizações, que por ora contempla apenas maiores de 18 anos.

Menina com máscara é vacinada no banco de trás de um carro
Willow Basta, 12, recebe dose da Pfizer em San Jose, Califórnia; nos EUA, o imunizante já foi autorizado para uso a partir dessa idade - Justin Sullivan/Getty Images/AFP

À Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o secretário enviará solicitação para que recomende a vacinação da Pfizer a portadores de comorbidades de 16 a 18 anos e que avalie a liberação do imunizante para quem tem de 12 a 15 anos e se encontra em grupo de risco.

Crianças e adolescentes com comorbidades estão mais arriscados a desenvolver quadros graves da Covid-19 e, sem vacina, têm de permanecer isolados ao máximo, sem a possibilidade de frequentar aulas presenciais ou mesmo de realizar tratamentos como fisioterapia, conforme mostrou reportagem da Folha desta segunda (24).

Diante disso, suas famílias têm acionado a Defensoria Pública e o Ministério Público de diversos estados na tentativa de garantir o direito à imunização.

Menina em cadeira de rodas num corredor com chão de madeira; em primeiro plano um pedaço de parede com papel de parede estampado
Sofia Crispim, 15 anos, que está sem ir à escola e até mesmo na fisioterapia por ser do grupo de risco para a Covid-19 - Adriano Vizoni/Folhapress

Na reunião com Rossieli, Marta Díez, presidente da Pfizer Brasil, e Lucila Mouro, diretora da unidade de negócios de vacinas da empresa, falaram sobre a autorização em outros países para o uso do imunizante nessa faixa etária, que está contemplada, inclusive, na bula.

No caso do Brasil, no entanto, seria necessária a inclusão no PNI. As dirigentes informaram que já foi feita a submissão à Anvisa para a liberação de 12 a 18 anos –até agora, a agência autorizou para maiores de 16. Além disso, discutiram-se no encontro com Rossieli estudos dos Estados Unidos para o uso em menores de 12 anos.

O secretário de educação encaminha nesta quarta (26/5) ofício à Pfizer para que sejam apresentadas à Anvisa as pesquisas norte-americanas com crianças e jovens, a fim de que, assim como nos EUA, o imunizante seja autorizado para esse público no Brasil.

“Estamos vendo esse avanço em outros países e está na hora de o Brasil colocar na mesa a discussão para que esses jovens tenham direito de retorno à escola”, afirma Rossieli à Folha.

“É fundamental que o Ministério da Saúde coloque esse grupo no PNI. Temos que avançar nas autorizações da Anvisa e no planejamento dessa vacinação o quanto antes, para que ocorra no segundo semestre”, diz o secretário. “Queremos vacinar crianças e jovens com comorbidades para garantir a volta de todos à escola.”

Sem prazos, o Ministério da Saúde respondeu à reportagem da Folha sobre jovens com comorbidades que o PNI está em “constante atualização”.

Além da falta de disponibilidade de doses, outro entrave para a distribuição nacional da Pfizer é a necessidade de que as doses sejam conservadas em temperaturas muito baixas, entre -40ºC e -70ºC, e por isso, atualmente, as doses se restringem às capitais.

A empresa, no entanto, protocolou pedido à Anvisa na sexta-feira (21) para que seja autorizado o aumento do prazo de armazenamento entre 2ºC e 8ºC, temperatura de um refrigerador comum, de 5 para 30 dias, o que facilita o envio a municípios mais distantes.

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