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Atraso na entrega de vacinas da Janssen não modificará cronograma de vacinação em SP, diz Doria

O governador ainda admitiu a possibilidade de antecipar novamente o cronograma de imunização no estado

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São Paulo

O atraso das entregas das vacinas da Janssen não modificará o cronograma de vacinação do estado de São Paulo, segundo o governador João Doria (PSDB). O compromisso de vacinar toda a população adulta até 15 de setembro com pelo menos a primeira dose está mantido.

O anúncio ocorreu nesta sexta-feira (18), no Instituto Butantan, quando o governo paulista e o instituto entregaram mais 2,2 milhões de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde. Até agora, foram destinadas 52,2 milhões de doses ao PNI (Programa Nacional de Imunização), pouco mais da metade das 100 milhões que fazem parte do contrato entre o Butantan e o governo federal.

Segundo Regiane de Paula, coordenadora do Programa Estadual de Imunização, quando o cronograma estadual foi feito, ele contava com as entregas da Janssen a partir de setembro. Por isso, futuros atrasos não impactarão o calendário estadual de vacinação. Caso as doses cheguem antes, elas serão adicionadas à campanha.

“Nós já tínhamos uma ideia de que isso iria acontecer como em várias entregas do Ministério da Saúde, do Programa Nacional de Imunização, que não se cumpriram”, disse a coordenadora. “Queremos muito essa vacina, é importante, mas não atrasaremos por conta de mais uma não entrega do Ministério da Saúde.”

O governador admitiu a possibilidade de mais uma antecipação do cronograma. “Se tivermos condições, se tivermos segurança, poderemos até rever esse prazo para menos. Para mais, não.”

É a terceira remessa enviada ao governo federal nesta semana. Nesta segunda (14) e quarta-feira (16), foram entregues um milhão de doses, totalizando mais dois milhões. Na sexta passada (11), já haviam sido entregues outras 800 mil. As entregas compõem um lote de 5 milhões de doses que foram disponibilizadas em junho ao PNI.

Para continuar a produção de vacinas e cumprir com a previsão de entrega do total de doses até setembro, o Butantan aguarda a chegada de mais insumos da China.

A expectativa é que o instituto receba mais 6.000 litros de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) no dia 26 de junho, o que permitirá a produção de mais 10 milhões de doses. Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, com a chegada de novos insumos será possível realizar novas entregas a partir de 15 de julho.

A falta de matéria-prima chegou a paralisar a fábrica de envase da Coronavac por 15 dias. O recebimento de 3.000 litros de IFA em 25 de maio, permitiu que o instituto retomasse o ritmo de fabricação e realizasse as entregas de junho. Hoje o governo paulista finaliza o envio das 5 milhões de doses, para que sejam distribuídas proporcionalmente aos estados pelo Ministério da Saúde.

A escassez de vacinas fez com que a vacinação com Coronavac ficasse paralisada em ao menos nove capitais, como mostrou a Folha em 2 de junho. Outras sete tinham disponibilidade restrita do imunizante.

O Butantan também trabalha na produção da Butanvac, que teve seus testes autorizados em humanos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no último dia 9. Segundo Doria, já existem 8 milhões de doses prontas e a previsão é de que quando o imunizante seja autorizado pela agência, 40 milhões de doses estejam armazenadas.

Além disso, Dimas Covas afirmou que o instituto trabalha em uma vacina que possa servir como imunizante para a Covid-19 e a gripe. “O Butantan trabalha em uma vacina que seja única, e se conseguirmos isso será seguramente a primeira vacina nessa condição do mundo”, disse.

No último domingo (13), o governador anunciou a antecipação da vacinação de todos os adultos do estado em 30 dias. Com isso, a expectativa é de que até 15 de setembro todos os residentes de São Paulo tenham recebido ao menos a primeira dose.

O cronograma é baseado nas perspectivas de entregas de vacinas do Ministério da Saúde. Isso significa que para o governo estadual cumprir o calendário, a pasta precisa entregar ao estado as remessas dos imunizantes dentro dos prazos estipulados.

Doria reiterou a orientação de que os paulistas tomem a vacina disponível no posto de vacinação, independentemente da fabricante.

“Todas as vacinas são importantes, todas as vacinas aprovadas pela Anvisa são adequadas e todos devem tomar a vacina que estiver disponível no posto de saúde.”

O programa estadual de imunização prevê a vacinação de pessoas entre 50 e 59 anos até 22 de junho. A previsão para o próximo grupo, de pessoas entre 43 e 49 anos, é de 23 a 29 de junho.

A capital paulista está seguindo o plano estadual, mas a prefeitura decidiu escalonar as idades. Nesta quinta (17), começou a imunização de pessoas entre 54 e 55 anos, hoje é a vez de quem tem entre 52 e 53 anos e no sábado (19), aqueles entre 50 e 51 anos.

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