Primeira etapa de estudo do Butantan em Batatais (SP) estima 1.200 casos a mais de Covid

Dados apontam que 65% dos infectados são assintomáticos e que 30% têm menos de 20 anos

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Ribeirão Preto

A primeira etapa da testagem em massa feita em parceria com o Instituto Butantan em Batatais, na região metropolitana de Ribeirão Preto, para mapear a contaminação pela Covid-19 na população terminou com a estimativa de que há 1.200 contaminados a mais na cidade, a maior parte deles assintomáticos.

Oficialmente, a cidade tem até este sábado (12) 6.313 casos de Covid-19 confirmados, o que equivale a 10,02% dos 62.980 habitantes, com 145 óbitos. Foram 24 casos nas últimas 24 horas. Com a estimativa feita a partir dos dados obtidos no primeiro ciclo do estudo, o total poderia passar de 7.500.

O resultado do primeiro inquérito, feito nos dias 29 e 30 de maio e que visa o isolamento inteligente, mostrou que a incidência do coronavírus está em 1,85. Foram testados 1.076 moradores, em 362 casas.

"Se a gente considerar a população como um todo, 62 mil pessoas, e arredondando o número [incidência] para 2, nós já temos aí em torno de 1.200 infecções que estão ocorrendo na cidade", disse o diretor do Butantan, Dimas Covas, ao apresentar os resultados na cidade na última sexta-feira (11).

Os dados colhidos pelo Butantan na cidade mostram que 65% dos diagnosticados com a Covid-19 na cidade estavam assintomáticos, enquanto os 35% restantes apresentaram algum sintoma da doença. De todos os positivados, 30% tinham menos de 20 anos e 95% deles disseram não ter ideia de onde contraíram a doença.

Com 100% de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de enfermaria na Santa Casa, único hospital local, três pacientes estão na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) neste sábado à espera do surgimento de vagas para internação na cidade ou em municípios próximos.

Há 402 pessoas em isolamento domiciliar por terem contraído a doença, além de 317 casos suspeitos em investigação na cidade, que até este domingo (13) terá a segunda das seis etapas previstas do estudo do Butantan.

Além de Batatais, Taquaritinga é outra localidade paulista que participa do projeto. A proposta do Butantan é mapear a transmissão local da Covid-19 por meio da testagem em massa, rastreando os casos positivos e aplicando a estratégia de isolamento de quem estiver com diagnóstico confirmado.

As cidades foram divididas em 11 clusters e, em cada um, 32 residências serão sorteadas e visitadas por agentes de saúde. Os moradores, independentemente da idade, poderão fazer o teste rápido RT-PCR. As etapas serão feitas a cada 15 dias, por três meses.

Os moradores têm sido incentivados a baixar um aplicativo e fazer autoavaliação de sintomas e contatos com pessoas infectadas, entre outras atividades.

Quem apresentar sintomas ou tiver contato com alguém com sintomas ou com diagnóstico de Covid-19 deve procurar uma unidade de saúde para fazer o teste. O resultado será enviado ao morador pelo aplicativo.

A secretária da Saúde de Batatais, Bruna Toneti, disse que neste sábado foram feitos mais de 800 testes em 484 imóveis, na segunda etapa da campanha.

Já o Dia D de vacinação contra a Covid, também neste sábado, não teve a mesma adesão na cidade.

“Tínhamos programado cerca de 900 vacinas, mas percebemos que houve pacientes que faltaram. Houve também pacientes que chegaram sem as devidas comprovações, teve paciente de fora do município que tentou se vacinar. Às vezes a gente cobra alguns documentos, não é por mal, é que precisamos nos respaldar e não deixar que essas vacinas sejam retiradas de batataenses.”

Uma análise feita pelo Butantan em dez casos positivos de Covid-19 mostrou que todos eram da variante brasileira da doença.

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