Descrição de chapéu Coronavírus

BH mandará para outra fila quem não comparecer para receber a 2ª dose da vacina contra Covid

Prefeitura diz que 34 mil estão nessa condição; diante de ausência, público-alvo será ampliado

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Belo Horizonte

Moradores de Belo Horizonte que não comparecerem aos postos de saúde para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19 serão colocados em uma fila para receber o imunizante em data não definida.

Diante de ausência, a prefeitura usará as vacinas para ampliar a vacinação na capital, e os faltosos deverão esperar a chegada de novas remessas e nova convocação para completar sua vacinação.

A secretaria municipal de Saúde afirma que 34 mil pessoas se encontram nessa condição. Ela pertencem a dois grupos: idosos e profissionais de saúde. Do total, 26 mil receberiam a segunda dose da vacina Coronavac e 8.000, da AstraZeneca.

A regra em Belo Horizonte passa a valer também para quando chegar a vez de todos os que ainda não foram chamados à vacinação e que não comparecerem no prazo máximo de uma semana a partir da convocação.

Doses da vacina contra a Covid que foram entregues ao governo de Minas Gerais - Fábio Marchetto / SES-MG

"A prefeitura manteve, por dois meses, essas vacinas reservadas para a segunda dose. Como não houve procura, vamos utilizá-las para imunizar outros grupos etários", afirma o secretário de Saúde Jackson Machado Pinto, em comunicado.

"Existe uma população muito ansiosa para receber a dose e não é justo adiar essa imunização, com vacinas em estoque", acrescenta.

Com as doses de quem não foi aos postos para completar a imunização será iniciada na capital a vacinação de pessoas de 36 e 37 anos a partir da próxima semana.

Será possível ainda, conforme o município, antecipar a segunda dose para cerca de 150 mil profissionais de saúde entre 18 e 36 anos, o que será feito usando também novas remessas de imunizantes.

A virologista Giliane de Souza Trindade, professora do departamento de microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), não considera arbitrária a decisão da prefeitura de Belo Horizonte.

"A fila precisa andar. As pessoas precisam ser vacinadas. Existe todo um planejamento, estimativas de público e de doses. Olha a logística que o pessoal do SUS tem que fazer", argumenta a especialista. "Se a pessoa não quis vacinar, então vai para o fundo da fila", afirma.

Ela vê com preocupação o não comparecimento de parte da população para tomar a segunda dose. "No caso dessa doença estamos no meio de uma pandemia, ou seja, tem muito vírus circulando. Então a transmissão comunitária é muito alta de um vírus que para alguns vai ser letal."

Trindade aponta dois motivos para que as pessoas não procurem a segunda dose de imunização contra a Covid-19: notícias falsas que tentam desacreditar a eficiência das vacinas e a falta de incentivo à população. "Não existe uma campanha de vacinação de fato acontecendo no sentido de mídia, de estímulo", aponta.

No início de julho o Ministério da Saúde lançou campanha para estimular a população a tomar a segunda dose das vacinas contra a Covid depois de constatar que 3,5 milhões de pessoas não retornaram aos postos para completar a imunização.

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