Butanvac, vacina do Butantan, inicia estudo clínico em voluntários em SP

Voluntários passam por exames clínicos; a expectativa é que as primeiras doses sejam aplicadas nas próximas semanas

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Salvador

Os ensaios clínicos da Butanvac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan, foram iniciados nesta sexta-feira (9) em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

Exames para triagem dos seis primeiros voluntários cadastrados foram realizados no Hemocentro do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. A expectativa é que as primeiras doses em voluntários sejam aplicadas nas próximas semanas, após a conclusão dos exames.

Os estudos clínicos foram iniciados após autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), emitida na quarta-feira (7).

O aval da Anvisa corresponde às fases 1 e 2 da pesquisa, quando são confirmados dados de segurança observados em estudos pré-clínicos e obtidas as primeiras informações de eficácia da vacina.

Na imagem, uma mulher está sentada e de costas em uma sala. Na frente dela, uma profissional da saúde de máscara, jaleco e luvas está em pé.
Em São Paulo, voluntários participam de testes clínicos da Butanvac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan - Divulgação Governo do Estado de São Paulo

A previsão é que essas fases envolvam até 5.000 voluntários. Os testes, no entanto, devem ser divididos em três etapas —de acordo com o Butantan, a primeira delas envolverá 418 pessoas.

A vacina será aplicada com duas doses, com intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda.

Nesta primeira etapa, serão testadas acima de 18 anos que não foram vacinadas e não foram expostas ao vírus.

As etapas seguintes irão envolver pessoas vacinadas, independentemente do imunizante, e pessoas que tiveram Covid-19. A previsão é que a pesquisa dure em torno de 17 semanas.

As conclusões do estudo serão remetidas à Anvisa para solicitar a autorização de uso emergencial.

“Temos mais de 10 milhões de doses prontas aguardando a conclusão desse estudo que se inicia hoje. Isso é um estudo que certamente ficará na história da ciência e da saúde pública do Brasil”, afirma Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan.

O governador de São Paulo João Doria (PSDB), que também participou da solenidade em Ribeirão Preto, destacou a importância de ter mais uma opção de vacina a partir do próximo ano, quando os brasileiros que já receberam a vacina para a Covid-19 deverão ser revacinados.

“Seremos capazes de atender toda a necessidade da população brasileira para as doses de 2022 contra a Covid-19”, afirmou o governador, indicando que também pretende exportar a vacina para outros países latino-americanos.

De acordo com o Butantan, inicialmente, o estudo clínico vai avaliar se a vacina é segura e aspectos da dosagem.

“Em um segundo momento, será estudada a imunogenicidade, ou seja, a resposta imunológica que os participantes do estudo desenvolverão. O estudo clínico da Butanvac será de comparação, ou seja, os resultados da pesquisa serão comparados aos das vacinas já descritas, permitindo inferir a eficiência da vacina”, informa.

A tecnologia da vacina é baseada no uso de um vetor viral —no caso, o vírus da doença de Newcastle geneticamente modificado, desenvolvido por cientistas norte-americanos na Icahn School of Medicine at Mount Sinai, dos Estados Unidos, e inativado para formulação do imunizante.

O desenvolvimento complementar da vacina é feito totalmente com tecnologia do Butantan, informa o laboratório.

Ainda em nota, o instituto diz que a expectativa é ter 40 milhões de doses prontas até outubro. A vacina, porém, ainda precisará ter os estudos clínicos concluídos e ser aprovada pela Anvisa para ser utilizada em larga escala. A expectativa é que os estudos sejam concluídos em, no máximo, 17 semanas.

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