Descrição de chapéu Coronavírus

Não há necessidade de dose de reforço da vacina contra Covid, diz secretário da Saúde de SP

De acordo com ele, os imunizantes são eficazes com as aplicações já estabelecidas

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São Paulo

O secretário da Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, anunciou na manhã desta sexta-feira (23) que, neste momento, o governo estadual não vê necessidade de dose de reforço de vacinas contra a Covid para qualquer faixa etária.

De acordo com ele, todas as vacinas disponíveis se mostraram eficazes com as doses estabelecidas. Ou seja, duas aplicações para Coronavac, Pfizer e AstraZeneca e dose única no caso da Janssen.

A fala ocorreu após um estudo feito com cerca de 61 mil moradores de SP indicar que a eficácia da Coronavac diminui significativamente em idosos acima de 80 anos. Nessa faixa etária, a proteção contra casos assintomáticos cai para 28%; contra hospitalizações fica em 43,4% e chega a 49,9% contra mortes.

Para pessoas entre 70 e 80 anos, a proteção contra morte se aproximou de 90%. No caso de hospitalizações, a proteção ficou em torno de 70% e 80%.

Gorinchteyn afirmou que todas as vacinas oferecem um grau de proteção menor para os mais velhos, mas que este estudo e o realizado na cidade de Serrana, onde toda a população foi vacinada com Coronavac, mostram redução significativa no número de mortes e casos graves.

“Nós não temos nenhuma justificativa [para uma dose de reforço], assim como não fazemos uma segunda dose para a gripe, uma vez que entendemos que o que temos hoje de resposta para esse público protege essa população. Não existe a necessidade de fazer uma dose adicional para qualquer faixa etária, inclusive a faixa etária de idosos”, disse.

Reportagem da Folha ouviu o infectologista da Fiocruz Julio Croda, que afirmou que a eficácia ainda é melhor que a da vacina contra a gripe.

“Os dados são melhores que os da vacina da gripe, que previne 40% de mortes para pessoas acima de 80 anos”, disse.

O anúncio foi feito durante a entrega de mais 1 milhão de doses de Coronavac ao PNI (Plano Nacional de Imunização). Com isso, o Instituto Butantan chega a 58,6 milhões de doses, se aproximando cada vez mais do total de 100 milhões de vacinas encomendadas pelo governo federal.

As entregas estão se tornando mais constantes, devido à antecipação de um mês do prazo final feita pelo governo estadual, de 30 de setembro para 31 de agosto.

Na última segunda-feira (19), Gorinchteyn anunciou o novo ciclo de vacinação no estado de São Paulo. A revacinação terá início no dia 17 de janeiro de 2022, um ano após a primeira pessoa receber a primeira dose da vacina contra Covid-19 no Brasil.

Em 17 de janeiro de 2021, a enfermeira Mônica Calazans recebeu a primeira dose da Coronavac em São Paulo, tornando-se a primeira pessoa a ser imunizada no Brasil.

Gorinchteyn explicou que não se trata de uma terceira dose ou dose de reforço, mas sim do início de um novo ciclo.

"Isto não é um reforço. Isto é uma necessidade que nós temos de estar sempre, anualmente, fazendo uma proteção. Nós chamamos de reforço vacinal quando eu uso uma terceira ou quarta dose. Nós estamos seguindo a prerrogativa das vacinas pra vírus respiratórios como da gripe, que anualmente recebem uma imunização", disse.

A expectativa do governo estadual é que o Ministério da Saúde e o Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde) também tenham o entendimento de que será necessário iniciar um novo ciclo em janeiro. São Paulo iniciará independentemente de um consenso.

“O estado de São Paulo vai iniciar seguramente uma nova campanha a partir do dia 17 de janeiro do próximo ano. Nós entendemos que nessa articulação junto com o próprio Ministério da Saúde e o Conass, [que eles] também terão esse entendimento, para que possamos expandir essa nova fase da vacinação não apenas para São Paulo, mas para todo o país”, disse.

Segundo o cronograma do governo estadual, neste momento estão sendo vacinadas pessoas entre 30 e 34 anos. A partir de 5 de agosto, será a vez daqueles entre 25 e 29 anos e, em 13 de agosto, adultos de 18 a 24 anos.

A capital, porém, decidiu escalonar. Nesta sexta-feira, a cidade de São Paulo está aplicando as doses em quem tem 30 anos ou mais. No sábado (24) e na segunda-feira (26), será a repescagem para quem tem de 30 a 34 anos ou mais e a segunda dose para todos os grupos.

Também na segunda-feira (26), gestantes que tomaram AstraZeneca como primeira dose receberão atendimento domiciliar para receberem a segunda dose de Pfizer.

Na terça-feira (27) e quarta-feira (28), será a vez daqueles com mais de 29 anos. Na quinta (29) e sexta-feira (30), quem tem 28 anos ou mais poderá receber a aplicação.

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