Descrição de chapéu Financial Times Coronavírus

FDA autoriza reforço de vacina contra Covid para maiores de 65 anos

Terceira dose poderá ser aplicada pelo menos seis meses depois que a pessoa foi totalmente vacinada

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Nikou Asgari
Financial Times

A Agência de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA na sigla em inglês) aprovou a aplicação de uma terceira dose da vacina contra Covid-19 da Pfizer-BioNTech para americanos vulneráveis, incluindo os de 65 anos ou mais e os que têm profissões de alto risco como os trabalhadores de saúde.

A decisão de restringir a terceira dose é um duro golpe contra os planos do governo americano de uma ampla campanha de reforço da imunização, e ocorre depois que o comitê consultivo da FDA votou por unanimidade na semana passada contra aplicar o reforço em todos os indivíduos com mais de 16 anos.

Imagem em primeiro plano mostra homem negro de máscara sendo vacinado.
Aplicação de terceira dose da vacina da Pfizer contra Covid em Southfield, no Michigan (EUA) - Emily Elconin - 24.ago.2021/Getty Images/AFP

A terceira dose será oferecida a pessoas a partir de 65 anos e às de 18 a 64 que apresentam risco severo de Covid ou trabalham em lugares com alta probabilidade de exposição ao coronavírus.

O reforço foi autorizado para aplicação pelo menos seis meses depois que a pessoa foi totalmente vacinada.

"O ato de hoje demonstra que a ciência e os dados atualmente disponíveis continuam orientando a tomada de decisões da FDA para a vacinação contra Covid-19 durante esta pandemia", disse Janet Woodcock, diretora em exercício da FDA.

Ela acrescentou que as doses de reforço estarão disponíveis para "certas populações como trabalhadores de saúde, professores e funcionários de creches, de supermercados e os que estão sem moradia ou presos, entre outros".

Na semana passada, os assessores científicos da agência questionaram a necessidade de todos com mais de 16 anos receberem o reforço, diante do risco de raros efeitos colaterais, especialmente em pessoas mais jovens.

A Pfizer salientou a necessidade de reforço, dizendo que a eficácia da vacina diminui com o tempo, e o governo Biden tinha marcado 20 de setembro para o início da distribuição de doses de reforço.

O envolvimento de Washington antes de decisões regulatórias foi criticado por alguns cientistas e levou à aposentadoria de dois altos membros da FDA no início deste mês.

"Acreditamos que as doses de reforço têm um papel importante para enfrentar a ameaça continuada dessa doença, juntamente com esforços para aumentar o acesso global e a disseminação entre os não vacinados", disse Albert Bourla, executivo-chefe da Pfizer.

"A ação da FDA hoje é um passo importante para ajudar os mais vulneráveis a continuarem protegidos da Covid-19", acrescentou.

A decisão da FDA ocorre depois da cúpula da vacina de Joe Biden na quarta-feira (22), na qual o presidente americano se comprometeu a doar mais 500 milhões de doses da vacina da Pfizer-BioNTech para países mais pobres.

Durante uma reunião do grupo assessor de vacinas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês) na quarta, Natalie Thornburg, uma cientista da agência, apresentou dados que mostram que embora os níveis de anticorpos diminuam com o tempo a memória celular é mantida.

Os cientistas também questionaram se a vacina da Pfizer-BioNTech poderia ser aprovada antes do reforço da Moderna, o que poderá causar confusão se as pessoas só puderem receber uma terceira dose do mesmo laboratório que o da série inicial de vacinas.

O grupo do CDC se reunirá novamente na quinta-feira (23) para discutir a vacinação de reforço.

Tradução Luiz Roberto M. Gonçalves.

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