O Governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (10) que quem estiver com a 2ª dose da vacina AstraZeneca atrasada poderá se vacinar com Pfizer a partir da próxima semana.
O objetivo é imunizar quem estiver com a dose de AstraZeneca vencida entre os dias 1º e 15 de setembro.
A gestão João Doria (PSDB) promete entregar aos municípios, no fim de semana, 400 mil doses extras de Pfizer que chegaram nos últimos dias ao estado. O governo afirma que as prefeituras poderão aplicar vacinas da Pfizer que eventualmente tiverem em seu estoque.
Até agora, os poucos estudos disponíveis sobre o uso de um imunizante contra a Covid diferente do aplicado na primeira dose apontaram que a combinação é segura.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, a mistura de vacinas foi chancelada pelo Comitê Científico do Governo do Estado e pelo Plano Estadual de Imunização, que embasaram a decisão em estudos da Organização Mundial de Saúde e orientações do próprio Ministério da Saúde.
A decisão também foi aprovada em deliberação bipartite com o Conselho dos Secretario Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems).
A capital paulista quase interrompeu a aplicação da segunda dose do imunizante nesta quinta (9). Segundo o site "De Olho na Fila", serviço da Prefeitura de São Paulo para mostrar a situação dos postos e se há vacina para segunda dose, por volta das 17h desta quinta, apenas 20 dos 550 locais abertos tinham o imunizante –o reforço era disponibilizado em 3,6% das unidades.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, o governo federal deixou de enviar cerca de 1 milhão de doses para o estado, deixando os municípios paulistas impossibilitados de aplicar a segunda dose da AstraZeneca.
"O não envio destas doses pelo Ministério da Saúde descumpre uma obrigação do órgão federal em disponibilizar vacinas necessárias à imunização complementar das pessoas que já tomaram a primeira dose da vacina", disse o governo em nota.
Mais cedo, nesta sexta, o Ministério da Saúde afirmou que não deve imunizantes da AstraZeneca para serem aplicadas como segunda dose em São Paulo.
Segundo a pasta, se as pessoas não encontram o imunizante nos postos de saúde do estado, é porque o governo estadual aplicou na primeira dose injeções que deveriam ter sido reservadas para a segunda.
De acordo com o Ministério da Saúde, os dados inseridos por São Paulo no LocalizaSUS mostram que o estado utilizou 13,99 milhões de aplicações da primeira dose e 6,67 milhões da segunda.
“Até o momento, foram entregues ao estado 12,4 milhões de dose 1 e 9,2 milhões de dose 2 da AstraZeneca. Os 2,8 milhões de doses [que completam a diferença] não foram enviados porque o prazo de intervalo entre a primeira e segunda dose só se dará no final do mês”, disse a pasta, em nota.
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