Prevent Senior foi investigada por primeiras mortes por Covid no início da pandemia; relembre

Antes das acusações que a levaram à CPI, empresa foi denunciada por omitir casos de coronavírus e por superlotação em suas unidades

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São Paulo

Investigada pela CPI da Covid por uma série de denúncias, a empresa de planos de saúde Prevent Senior já havia sido alvo de outras acusações ainda no início da pandemia.

Os hospitais da operadora concentraram cinco das sete primeiras mortes registradas por Covid no país em março de 2020. Na época, a prefeitura de São Paulo decidiu investigar por que a empresa não comunicou às autoridades sanitárias que a doença havia sido confirmada em um de seus pacientes, como manda a lei.

O caso não comunicado foi o da primeira morte registrada por Covid no país.

Fachada do hospital Sancta Maggiore, da Prevent Senior
Fachada do hospital Sancta Maggiore, da Prevent Senior - REUTERS/Rahel Patrasso - 2020-03-17

Além da acusação de omitir casos confirmados, a Prevent Senior também foi investigada pelas secretarias municipal e estadual de Saúde de São Paulo por superlotação em um dos hospitais da rede, insuficiência de funcionários e desorganização no fluxo hospitalar.

A empresa agora é acusada de usar pacientes como cobaias de medicamentos sem eficácia comprovada e de cometer fraude em atestados de óbito. As acusações foram feitas por um grupo de médicos e ex-médicos da Prevent Senior, que elaboraram um dossiê com todas as denúncias.

Entenda abaixo as acusações anteriores da empresa.

Qual foi a primeira investigação contra a Prevent Senior na pandemia?

A empresa foi investigada pela prefeitura de São Paulo em março de 2020 por não ter avisado que havia um caso confirmado de Covid em um de seus pacientes. O paciente em questão foi a primeira pessoa do Brasil a ter a morte registrada pela doença.

A vítima, um homem de 62 anos, tinha doenças crônicas prévias que teriam agravado seu quadro clínico. Ele sofria de diabetes e hipertensão.

O paciente foi internado na UTI do Hospital Sancta Maggiore Paraíso em 14 de março de 2020 e morreu dois dias depois.

A informação de que o paciente estava com Covid só foi comunicada pelo hospital ao governo de São Paulo depois do óbito.

Dois dias após a morte, a rede Prevent Senior anunciou que tinha isolado o hospital no Paraíso, porque já tinha registrado 202 casos suspeitos e oito confirmados da doença.

Os hospitais da rede concentraram as primeiras mortes por Covid no país?

No dia 19 de março de 2020, quando São Paulo tinha cinco mortes causadas por Covid, todas elas tinham sido registradas em pacientes que estavam em unidades da rede Prevent Senior.

As cinco mortes foram de homens idosos com doenças crônicas e moradores da cidade de São Paulo.

A empresa se fortaleceu no mercado de assistência médica com um modelo de planos de saúde mais acessíveis aos mais velhos. Assim, seu público principal tornou-se o grupo mais vulnerável durante a pandemia.

A empresa foi alvo denúncias de mau atendimento aos pacientes?

Sim. Ainda em março, após o registro das primeiras mortes nas unidades da rede, fiscalização feita pela prefeitura de São Paulo e pelo governo paulista constatou superlotação em um hospital da Prevent Senior, falta de funcionários e desorganização no fluxo hospitalar.

A rede foi acusada por familiares de pacientes mortos de não avisá-los da natureza da doença, permitindo o convívio normal entre eles, sem indicação de isolamento, por exemplo.

Na mesma semana em que foi acusada de não seguir as regras de isolamento no hospital, a rede comunicou que oito de seus colaboradores estavam internados na UTI por Covid.

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