Descrição de chapéu Coronavírus

SP já aplicou 4 milhões de doses de lotes da Coronavac interditados

Anvisa suspendeu lotes por não ter inspecionado fábrica; estado diz ter convicção da segurança e eficácia do imunizante

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São Paulo

O estado de São Paulo informou já ter aplicado 4 milhões de doses dos lotes da Coronavac interditados neste sábado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O número corresponde a cerca de 19% das 21 milhões de injeções do imunizante já aplicadas em São Paulo.

A agência reguladora anunciou a interdição dos 25 lotes da Coronavac após a constatação de que eles foram envasados em uma planta não aprovada pela agência na avaliação de uso emergencial da vacina.

A medida, com validade de 90 dias, proíbe o uso e distribuição do imunizante.

Em nota, a Secretaria da Saúde da gestão João Doria (PSDB) afirma que "tem convicção da segurança e eficácia da Coronavac e, prezando por critérios técnicos, acompanhará a deliberação da Anvisa com relação aos lotes indicados pela Agência".

A pasta diz também que até o momento não foram observadas intercorrências relacionadas ao uso da Coronavac.

"O Estado aguardará parecer das autoridades sanitárias para proceder com a distribuição de 1,5 milhão de doses da Coronavac entregues a São Paulo ontem. A pasta estadual trabalha em sintonia com o Instituto Butantan e tem convicção na liberação das doses para a aplicação na população", diz o texto.

Segundo a Anvisa, os lotes interditados foram envasados em uma unidade da empresa chinesa Sinovac, parceira do Instituto Butantan, que não passou por inspeção ou análise da agência.

Em comunicado sobre a decisão, a agência explicou que recebeu do Instituto Butantan na noite desta sexta (3) a informação de que a unidade fabril responsável pelo envase não foi inspecionada e não foi incluída na autorização de uso emergencial da vacina.

"Quando se compra um automóvel da marca X, geralmente não se liga muito em saber em qual cidade ele foi fabricado. Para as vacinas não é assim. Precisamos ter a certificação do local exato em que foi fabricado, sem nenhum tipo de flexibilidade", disse à Folha o diretor-presidente da agência.

Em nota, o Butantan disse que a medida da Anvisa não deve causar alarmismo. "Foi o próprio instituto que, por compromisso com a transparência e por extrema precaução, comunicou o fato à agência, após atestar a qualidade das doses recebidas. Isso garante que os imunizantes são seguros para a população."

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro recebeu apenas um dos lotes da Coronavac suspensos temporariamente pela Anvisa. O 202108113H, com 547.800 doses, chegou ao estado na noite de sexta-feira (3) e foi distribuído aos municípios no sábado (4) e no domingo (5).

As cidades das regiões Metropolitanas, Centro-Sul, Serrana, Médio Paraíba e Baixada Litorânea, que receberam as doses no sábado, antes do informativo da Anvisa, foram orientadas a armazená-las e não utilizá-las.

As doses que seriam enviadas neste domingo para as cidades das regiões Norte, Noroeste e Baía da Ilha Grande ficarão armazenadas.

A Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde disse que o lote deverá permanecer armazenado até nova orientação da Anvisa.

No município, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro seguiu a orientação da Anvisa e suspendeu preventivamente, na tarde deste sábado, a utilização do lote 202108113H da vacina Coronavac distribuído no Rio.

Na cidade do Rio de Janeiro, 1.206 usuários foram vacinados com o referido lote no sábado (4). Até o momento, não há indicação de revacinar essas pessoas. Qualquer reação adversa deve ser comunicada à unidade de saúde que aplicou a dose.

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