O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tentou justificar nesta terça-feira (5) o fato de ter mostrado o dedo do meio a manifestantes anti-Bolsonaro em Nova York, duas semanas atrás.
“Temos trabalhado muito pelo Brasil, temos conseguido resultados muito importantes, significativos no controle da pandemia. Nós somos humanos, né? É da natureza humana existirem falhas”, disse.
A declaração foi dada na volta do ministro da Saúde ao trabalho, após um período de quarentena nos EUA. Durante viagem da comitiva brasileira para a participação na Assembleia-Geral da ONU, Queiroga contraiu Covid e precisou se manter isolado até obter um resultado negativo em testes para a doença.
Ao ser questionado sobre arrependimento pelo gesto, o ministro apenas que trabalha pelo Brasil. "Nós sempre fazemos análise do que fazemos da maneira correta, do que podemos melhorar. É sempre um caminhar, sempre um avançar.”
Como a Folha mostrou, o ministro vive seu pior momento à frente do Ministério da Saúde e completou seis meses na pasta durante o período de quarentena em Nova York.
Nesta terça, Queiroga disse ainda que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não defendeu o chamado "kit Covid" na ONU.
“O presidente, na assembleia, em nenhum momento falou em 'kit Covid'. Ele falou em autonomia médica e na possibilidade de um tratamento para Covid-19", disse Queiroga.
Nós sabemos que a forma de prevenção primária é através da vacinação. Num melhor cenário, acabando a pandemia, a Covid não acaba. As pessoas vão ter essa doença, o que se quer é buscar forma de tratamento que possa interromper o ciclo da doença”, afirmou.
Bolsonaro usou a tribuna da ONU para defender o chamado "tratamento precoce" contra a Covid, prática que envolve medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença.
Queiroga afirmou que tomou medicamentos prescritos pelo médico nos Estados Unidos. No entanto, não quis revelar quais medicamentos eram esses.
O ministro declarou que está trabalhando para concluir o planejamento da campanha de vacinação contra a Covid do próximo ano. A pasta ainda não definiu quais imunizantes serão usados e a estratégia adotada, como o número de doses por pessoa.
“Todos os países não sabem ao certo qual a melhor estratégia, mas já temos alguns caminhos. Estamos discutindo com o grupo técnico e, assim que tiver a posição definida, vamos passar.”
Queiroga disse que existe a possibilidade da Coronavac e da vacina da Janssen entrarem no PNI (Programa Nacional de Imunizações) se receberem o registro definitivo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Atualmente, as duas só possuem o registro para uso emergencial na agência reguladora. Já a vacina da Pfizer e da AstraZeneca possuem o registro definitivo.
“Esse imunizante [Coronavac] recebeu o registro emergencial na Anvisa. Nós esperamos que a Anvisa conceda o registro definitivo. Uma vez concedido o registro definitivo, o ministério considera essa ou outro vacina para fazer parte do PNI”.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.