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Doria anuncia reforço da vacina contra a Covid-19 a partir desta quinta (18)

Terceira dose será aplicada em maiores de 18 anos que completaram esquema vacinal há cinco meses

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São Paulo

O governador João Doria (PSDB) anunciou que, a partir desta quinta-feira (18), maiores de 18 anos começam a receber a dose de reforço dos imunizantes contra a Covid-19. A aplicação da nova injeção pode ser realizada cinco meses após o esquema vacinal básico para todos os adultos.

O anúncio foi feito durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista, nesta quarta-feira (17) e acontece um dia depois de o ministro da Saúde Marcelo Queiroga anunciar a dose de reforço para todos os adultos do país.

"Quero parabenizar o Ministerio da Saúde por essa medida acertada que aumenta a proteção em todo o país", disse Doria. No estado de São Paulo, 710 mil pessoas já podem receber a dose adicional do imunizante.

A Prefeitura de São Paulo anunciou também, na manhã desta quarta, que as doses de reforço passam a ser aplicadas a partir de quinta. Na quinta, podem comparecer todos aqueles que receberam a segunda dose até o dia 27 de abril. Na sexta, é a vez dos que tomaram a segunda dose até o dia 17 de junho.

O governador João Doria durante coletiva de imprensa no início de novembro no Palácio dos Bandeirantes
O governador João Doria durante coletiva de imprensa no início de novembro no Palácio dos Bandeirantes - Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

Antes, a aplicação da dose de reforço vinha sendo ministrada para pessoas acima de 60 anos, além de integrantes de grupos de risco, como pacientes em quimioterapia, com imunodeficiência, pessoas que vivem com HIV/Aids, entre outros casos. Para esse público, as doses eram aplicadas após seis meses do ciclo vacinal completo.

De acordo com Regiane de Paula, coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização, o estado de São Paulo já tinha seis milhões de pessoas que poderiam ter recebido a dose adicional do imunizante, porém apenas três milhões receberam.

"Solicitamos que voltem às unidades e recebam a terceira dose", alertou De Paula que afirmou que nos últimos dias houve uma procura de 400 mil pessoas pela segunda dose, reduzindo o número de faltosos para 7,5% no estado.

Durante o anúncio na terça, o ministro Queiroga destacou que a dose de reforço deve ser aplicada com uma vacina diferente da tomada no esquema vacinal básico. A orientação é que o reforço seja aplicado, preferencialmente, com a vacina da Pfizer. Na falta desse imunizante, pode ser aplicada a AstraZeneca ou Janssen.

Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, afirma que a não incorporação da Coronavac como terceira dose é um erro do Ministério da Saúde. "O ministerio continua errando do ponto de vista da estratégia da cobertura vacinal", disse Covas.

Diferente da orientação do ministério, Regiane de Paula afirmou que, em São Paulo, o imunizante para a dose de reforço será aquele que estiver disponível no posto de saúde. "Pode ser a Pfizer, Coronavac e até mesmo AstraZeneca. A terceira dose é feita com a dose que estiver disponível no momento que você for tomar a vacina", disse.

Sobre um novo ciclo de vacinação em São Paulo, ela disse que essa discussão está sendo realizada junto com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde).

"Com a dose de reforço, nós vamos até fevereiro para contemplar esse público de 18 anos ou mais. A gente acredita que, provavelmente, em abril devemos recomeçar um novo ciclo, mas as diretrizes do Ministério da Saúde ainda não foram iniciadas e aguardamos essas diretrizes para que possamos trabalhar como Plano Estadual de Imunização", disse de Paula.

Terceira dose e reforço da Janssen surpreendeu Anvisa e laboratório

Queiroga também anunciou, na mesma entrevista de terça, que a vacina da Janssen passa a ser aplicada em duas doses e, na ausência do imunizante da Pfizer, pode ser usada para dose de reforço. A decisão surpreendeu tanto a Anvisa quanto o laboratório produtor da vacina.

Isso porque ainda não há liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a aplicação de uma segunda dose da vacina. Além disso, o pedido para essa análise ainda não foi feito pelo laboratório.

Apesar de ainda não existir um pedido formal à Anvisa do laboratório sobre aplicar a segunda dose e a dose de reforço, o Ministério da Saúde pode fazer esse tipo de definição. Isso porque a legislação deixa margem para o ministro "determinar a realização de ações previstas nas competências" da Anvisa, como decidir sobre a aplicação das vacinas.

Mas o ministro só pode tomar este tipo de iniciativa em casos "que impliquem risco à saúde da população" ou em cenários de inação da Anvisa, ainda de acordo com as regras vigentes.

Em São Paulo, no entanto, não há doses disponíveis do imunizante da Jannsen. Durante a entrevista coletiva, Regiane di Paula disse que, agora, o estado aguarda uma nota técnica do Ministério da Saúde que explique de que forma deve proceder em relação com a vacina da Janssen. "Acreditamos que frente a fala de onte, a população está ansiosa por respostas", disse.

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