Reino Unido cobra ação contra viés racial em equipamentos médicos

Disparidades podem ter custado a vida de pacientes de minorias étnicas durante a pandemia de Covid-19

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Londres | Reuters

O Reino Unido pediu no domingo (21) uma ação internacional sobre o problema de dispositivos médicos, como oxímetros, que funcionam melhor em pessoas com pele mais clara, dizendo que as disparidades podem ter custado a vida de pacientes de minorias étnicas durante a pandemia de Covid-19.

O secretário de Saúde britânico, Sajid Javid, disse que encomendou uma revisão da questão depois de saber que os oxímetros, que medem o nível de oxigênio no sangue e são vitais para avaliar pacientes de Covid, dão leituras menos precisas em pacientes com pele mais escura.

Imagem em close mostra um pequeno aparelho médico, oxímetro, no dedo de uma pessoa
O oxímetro de pulso é um aparelho que mede a saturação (quantidade) de oxigênio transportado no sangue - Marco Verch/Flickr

"Isto é sistêmico em todo o mundo. Trata-se de um viés racial em alguns instrumentos médicos. Não é intencional, mas existe, e os oxímetros são realmente um bom exemplo disso", disse Javid em entrevista à BBC.

Perguntado se pessoas podem ter morrido de Covid-19 em consequência da falha, Javid disse: "Acho que é possível, sim. Não tenho os fatos completos".

A revisão vai tentar identificar onde existem viés racial sistemático e risco com os equipamentos atuais e recomendar como os problemas devem ser abordados na criação de dispositivos médicos, do projeto à utilização, disse o Ministério da Saúde britânico em um comunicado.

Ele disse que espera apresentar as conclusões iniciais no final de janeiro.

Javid disse que o motivo para as discrepâncias de precisão é que muitos equipamentos médicos, drogas, procedimentos e manuais foram criados em países de maioria branca.

Ele disse que pretende trabalhar com outros países para atacar o problema e já tinha falado sobre isso com seu homólogo americano, que estava tão interessado quanto ele.

Javid disse que tomou consciência do problema depois de examinar por que na Grã-Bretanha pessoas de grupos étnicos negros e de outras minorias foram desproporcionalmente afetadas pela Covid-19, com índices maiores de internação em UTI e de morte.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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