Descrição de chapéu Coronavírus

São Paulo descarta barreira sanitária para monitorar variante ômicron

Cidade ainda não pretender adotar medida em rodoviárias e Congonhas, segundo secretário

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São Paulo

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo descarta, por enquanto, retomar barreiras sanitárias nos terminais rodoviários da cidade e no aeroporto de Congonhas, na zona sul, para monitorar possíveis casos da variante ômicron do coronavírus.

A medida foi adotada entre maio e outubro por causa da variante delta. Em quase cinco meses, equipes da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) abordaram 801.106 pessoas em três terminais e no aeroporto.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) advertiu nesta segunda-feira (29) que a nova cepa, identificada na África do Sul, representa um "risco muito elevado" para o planeta. Há casos confirmados de infecções nos cinco continentes.

Passageiro tem a temperatura aferida em barreira sanitária no aeroporto de Congohas, na zona sul de São Paulo, em junho deste ano - Mathilde Missioneiro - 1º.jun.21/Folhapress

Ao ser questionado pela Folha na manhã desta segunda se a gestão Ricardo Nunes (MDB) pretende retomar as barreiras sanitárias, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, afirmou que "ainda não". "Estamos conversando com o Ministério da Saúde e com o governo do estado para monitorar a situação", disse.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou no domingo (28) que um brasileiro que passou pela África do Sul testou positivo para a Covid-19 após desembarcar no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ainda está sendo investigado se a contaminação está relacionada à nova cepa.

Por causa da nova variante, a Secretaria Municipal da Saúde disse que realizará uma reunião na tarde desta segunda com toda a equipe técnica da pasta, vigilância em Saúde e diretores de hospitais para discutir como fortalecer o monitoramento.

"Trata-se de um trabalho contínuo de avaliação da pandemia que, nesta segunda-feira, dará atenção especial à nova variante descoberta, dentro das atribuições e alcance das autoridades municipais de saúde", afirmou a secretaria, em nota.

A secretaria disse ainda que, além da coleta de amostras, enviadas semanalmente para análise, sequenciamento genômico e monitoramento dos casos, envidados para os institutos Butantan, de Medicina Tropical da USP, e Adolfo Lutz, serão feitas coletas de pacientes suspeitos (sintomáticos) vindos da África e demais países informados pelo Ministério da Saúde.

"Toda a rede de saúde da cidade já foi orientada a questionar todo paciente sintomático se esteve na África nos últimos 14 dias e, se a resposta for sim, então a amostra coletada será encaminhada para o sequenciamento" disse trecho da nota.

Segundo a secretaria municipal, quem apresentar sintomas da doença, terá a amostra coletada e encaminhada para genotipagem. "Na semana passada, a prefeitura já ampliou a atividade de pesquisa e genotipagem com o Instituto Butantan realizando, em locais de grande circulação, coletas aleatórias de pacientes assintomáticos", afirmou.

Na sexta (26), a Prefeitura de Guarulhos afirmou ter protocolado nos ministérios da Saúde, da Infraestrutura e da Defesa, além da Casa Civil do governo federal, um pedido para que se reforce as barreiras sanitárias para passageiros vindos de países da África, principalmente África do Sul ou que tenham passado pelo continente nos últimos 15 dias.

"Entendemos que é urgente a adoção de medidas mais eficazes para o controle de acesso de passageiros provenientes do continente africano, mesmo que não sejam por voos diretos, mas também por conexões", afirmou o prefeito Gustavo Henrique Costa, o Gut (PSD), em nota publicada no site da prefeitura.

A Anvisa, responsável pela fiscalização sanitária em aeroportos internacionais, disse que vem efetuando medidas de contenção do vírus desde o início da pandemia.

Diante do avanço da variante ômicron, a Anvisa recomendou, na noite de sábado (27), que o governo federal ampliasse a lista de países em que passageiro que por lá tenham passado nos últimos 14 dias estão proibidos de entrar no Brasil.

A medida acrescentou Angola, Maláui, Moçambique e Zâmbia, ao lado de África do Sul, Botsuana, Suazilândia (Eswatini), Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

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